Autor: Giancarlo Galdino

Manoel de Barros 106 anos: filme na Netflix faz uma retrospectiva encantadora da vida do poeta que morreu em 2014 Divulgação / Lucas Barros

Manoel de Barros 106 anos: filme na Netflix faz uma retrospectiva encantadora da vida do poeta que morreu em 2014

Uma das figuras mais reverenciadas e controversas da poesia nacional, Manoel de Barros (1916-2014) deixa-se estudar pela curiosidade do público em geral, representado pelo diretor pernambucano Pedro Cezar, um seu admirador confesso, em “Só Dez Por Cento é Mentira” (2010), retrospectiva da vida de Barros e o impacto de sua obra — popularizada tardiamente, quando já contava 72 anos, com a ajuda providencial de Millôr Fernandes (1923-2012) em sua coluna no finado “Jornal do Brasil” — no quase sempre monótono cenário cultural brasileiro.

Extremamente divertido e insanamente sangrento, novo filme da Netflix é um dos mais vistos do mundo na atualidade Divulgação / Netflix

Extremamente divertido e insanamente sangrento, novo filme da Netflix é um dos mais vistos do mundo na atualidade

No indonésio “Os 4 Malfeitores”, uma policial tenta desvendar um crime misterioso — e no qual está particularmente envolvida — e como resultado se depara com quatro meios-irmãos, que não partilham nenhuma semelhança. Replicando alguns elementos usados em “A Noite nos Persegue” (2018), seu grande sucesso, o diretor Timo Tjahjanto leva essa história a bom termo valendo-se de uma sensibilidade fabulosa para desenvolver enredos pouco ortodoxos.

Assombroso, dolorido e furioso, filme da Netflix vai te perturbar e fará 95 minutos parecerem o resto de sua vida Jessica Kourkounis / Netflix

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“Lost Girls: Os Crimes de Long Island” poderia resvalar para o indigesto dramalhão moralista — muitas vezes se tem a sensação de que Liz Garbus vai mesmo se permitir atolar nesse lodaçal, e causa espécie sua capacidade de jogar com as expectativas do público —, mormente com a entrada em cena de Reed Birney como Peter Hackett, o médico que dá todos as pistas de ser o psicopata por trás dos crimes, mas nunca é sequer molestado. Todavia, a diretora é hábil em se concentrar no subtexto emocional de seu trabalho, que alcança o zênite com as informações dispostas numa tela negra, nos segundos finais do longa.

Baseado em livro de Annie Ernaux, o romance obsessivo e arrebatador, na Netflix, que você ainda não assistiu Divulgação / Magali Bragard

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“Pura Paixão” (2020) é a história de um romance que não resiste ao crepúsculo, tamanho o desencontro de que se compõe. A diretora Danielle Arbid tenta traduzir em imagens o caótico fluxo de consciência de dois personagens herméticos a seu modo muito próprio, um dando azo a demandas e objetivos diametralmente contrários aos da outra.