Autor: Giancarlo Galdino

A história mais surpreendente do cinema brasileiro está na Netflix e você não assistiu Divulgação / California Filme

A história mais surpreendente do cinema brasileiro está na Netflix e você não assistiu

O homem cordial de “Raízes do Brasil” é um conceito que foi sendo encoberto pelo tempo, e não por acaso em “O Animal Cordial” Gabriela Amaral Almeida não só resgata essa ideia como trata de expandi-la ainda um pouco, alertando para um certo comportamento selvagem que nasce do ressentimento de indivíduos que passam a vida oprimidos, a receber ordens, a mascarar seus verdadeiros sentimentos, sua real natureza.

Indicado a 11 prêmios no Oscar 2023, o filme mais celebrado do ano está no Prime Video e você não assistiu Allyson Riggs / A24

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Em “Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo”, Daniel Kwan e Daniel Scheinert elaboraram uma homenagem ao que de melhor o cinema produziu em filmes que se celebrizaram por fundir sequências flagrantemente dramáticas a cenas de ação coreografadas com esmero, emulando de maneira voluntária ou inconsciente o grande mestre do subgênero.

Última chance para assistir: filme na Netflix fará você se contorcer no sofá e não o deixará piscar Scott Garfield / CTMG

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Antoine Fuqua tenta responder a essas questões em “O Protetor” (2014), com a ajuda providencial de seu protagonista, um herói já meio esgotado, mas que não se furta a dar sua contribuição quanto a resolver aqueles conflitos que só dependem de homens como ele. O primoroso roteiro de Richard Wenk é capaz de esquadrinhar à perfeição a figura desse homem invulgar, texto inteiramente assinalado por passagens que reverberam dos olhos para o cérebro porque dotadas de apuro estético e profundidade filosófica; contudo, é Denzel Washington que, como sói acontecer, dá todo o lustro de que personagens assim carecem.

Brutal até o osso, novo filme da Netflix vai fazer seu coração sair pela boca Chris Harris / Netflix

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Diretores como Jordan Peele têm se notabilizado pelo que alguns críticos denominam, de maneira bastante infeliz, de terror negro. Não se trata de nenhum pleonasmo ou trocadilho com a expressão humor negro, que define situações cômicas em contextos sinistros ou desabridamente macabros, mas de enredos em que o suspense elevado a potências quase intoleráveis, transmuda-se no horror de cenas incômodas, abjetas, repulsivas, justamente porque cutucam fundo demais a chaga aberta do racialismo, que parece não querer fechar tão logo.

Baseado em clássico da literatura contemporânea, novo filme da Netflix é perfeito para uma tarde de domingo

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“Fantasma e Cia”, no entanto, transcende a regra do terror. Flanando pelo gênero apenas como pretexto para anunciar outras intenções, o filme de Christopher Landon está sempre a um passo de confundir o espectador, que por seu turno não parece assim tão preocupado em se resguardar quanto a possíveis decepções, até porque Landon construiu uma reputação bastante sólida nesse departamento.