Autor: Giancarlo Galdino

O filme escandinavo do Prime Video é um colírio para os olhos e um alívio para a alma Divulgação / Synapse Distribution

O filme escandinavo do Prime Video é um colírio para os olhos e um alívio para a alma

A combinação de doce, azedo, salgado, quente, frio, gordura e crocância sugerida por Christoffer Boe em “Sabor do Desejo” para a excelência de uma refeição espelha-se na vida mesma, como fica claro à medida que a história avança. Boe e o corroteirista Tobias Lindholm tratam de muitos assuntos a partir de um casal lutando por uma estrela Michelin para seu restaurante, nem todos, por óbvio, relacionados a comida — o que acaba por ser um problema.

Considerada uma das maiores comédias de todos os tempos, a obra-prima de John Landis acaba de chegar à Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Considerada uma das maiores comédias de todos os tempos, a obra-prima de John Landis acaba de chegar à Netflix

Em 1988, o então superastro do besteirol na América punha em cena todas as suas fantasias — misóginas e egocêntricas para uns; divertidas e insanas para outros — em “Um Príncipe em Nova York”, uma comédia rasgada que Murphy torce a seu gosto, transformando-a ora na saga sobre um pobre homem rico à procura de um lugar genuinamente seu no mundo, ora fazendo dela uma estranha confissão, postura que, hoje, cerca de quarenta anos depois, é bastante contraindicada.

Nicolas Cage virou um dos vilões mais icônicos do cinema — e pouca gente percebeu, na Netflix Divulgação / Universal Pictures

Nicolas Cage virou um dos vilões mais icônicos do cinema — e pouca gente percebeu, na Netflix

“Renfield — Dando Sangue Pelo Chefe” volta à figura do Empalador pela lente da comédia e fazendo com que o ângulo torne-se tão abrangente que cabe também um seu subordinado — a ponto de ser ele, afinal, o protagonista aqui. Robert Montague Renfield, a figura central do terrir de Chris McKay, é uma criatura torturada que desde o fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) serve ao Príncipe das Trevas a contragosto, pelas razões que o diretor destrincha com bastante cuidado.

O melhor lançamento da Netflix em 2025 já aconteceu, mas quase ninguém viu Divulgação / Netflix

O melhor lançamento da Netflix em 2025 já aconteceu, mas quase ninguém viu

“The Breakthrough” volta a um dos episódios de violência que mais repercutiram junto à opinião pública e, claro, à polícia sueca, trocando os nomes de alguns personagens e levantando possíveis hipóteses para as explosões de barbárie no país, tão ocasionais quanto devastadoras. Em quatro capítulos, Lisa Siwe conta uma história na qual muito pouco do que se vê é o que parece, mecanismo essencial para que o mistério dure tanto.

Desligue o cérebro e esqueça os problemas: filme da Netflix feito para você simplesmente se divertir Divulgação / Paris Filmes

Desligue o cérebro e esqueça os problemas: filme da Netflix feito para você simplesmente se divertir

O cinema brasileiro sempre arruma um jeito de surpreender. Quando se aventa a hipótese de que chegou-se ao limite da vulgaridade, do mau gosto, da descarada vontade de apenas se fazer algum dinheiro o mais rápido possível, surgem coisas como “O Amor dá Trabalho”, outra “comédia” assinada pela diretora paulistana Ale McHaddo, referência na animação nacional com quase trinta anos de carreira, e novamente protagonizada por um comediante autodidata, também já bem absorvido pela indústria cultural e pela memória do povão.