Autor: Giancarlo Galdino

Influenciado por Bergman e baseado na teoria do salto de fé de Kierkegaard, novo filme da Netflix vale cada milésimo de segundo do seu tempo Divulgação / Netflix

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A picardia cínica de Machado de Assis (1839-1908), contudo, aplica-se em algum grau a Stella e Gustav, os protagonistas de “O Que Tiver Que Ser”, a comovente dramédia da sueca Josephine Bornebusch, que emula o Bruxo do Cosme Velho ao querer definir o amor e dissociá-lo de sua prova factual mais evidente — ao menos do ponto de vista sociojurídico. Para Bornebusch, uma humilde discípula de Bergman, o amor foi mesmo feito por Deus, mas o casamento é uma invenção do diabo, que tomou a cabeça do homem e o fez confundir este com o primeiro. Até que a providencial morte separe quem Ele uniu.

Um filme absolutamente encantador te espera no canal Max — pare tudo e assista neste fim de semana Divulgação / Sony Pictures

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“Pequenas Cartas Obscenas” é daquelas histórias inverossímeis porque escritas pela própria vida como ela é, cheias de deliciosos absurdos, contradições fundamentais, vaivéns, intriguinhas tacanhas, uma autêntica bola de neve que aumenta de tamanho à medida que desce a gigantesca ladeira do convívio obrigatório entre as pessoas. Thea Sharrock narra os bastidores de uma estranha confusão envolvendo duas mulheres, engraçados sob o olhar do roteirista Jonny Sweet, que destaca o burlesco de tudo aquilo.

Top 1 mundial em 87 países: suspense de ação é o filme mais assistido do Prime Video na atualidade Divulgação / Amazon Prime Video

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O fim do mundo continua a ser um fetiche avassalador, e agora para além de fronteiras anglo-saxônicas. É o que se pode constatar em “Apocalipse Z: O Princípio do Fim”, sensação no Festival de Sitges, na Catalunha, especializado em filmes de terror e fantasia. Carles Torrens, um dos expoentes da nova geração do cinema da Espanha, tem o condão de oxigenar clichês ao passo que deixa muito claro que seu filme é, sim, como enuncia o próprio título, uma história sobre um possível ocaso abrupto e incontornável da humanidade, valendo-se da recente pandemia de covid-19 para esboçar inferências acerca da finitude imanente.

Faça um favor a si mesmo: reserve um momento do seu dia e assista, no Prime Video, ao filme mais adorável e encantador dos últimos anos Divulgação / Amazon Prime Video

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Depois de uma vida de trabalho duro, o sonho de Ada Harris é ter um vestido — mas não qualquer vestido. Ada, uma viúva da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que sobrevive trabalhando como governanta em Londres, junta as economias de uma vida inteira e parte para uma terra que considera encantada, mas nem por isso inatingível, e quem é capaz de julgá-la? Essa primeira impressão cheia de ambivalências em “Sra. Harris vai a Paris”, quanto ao filme e à protagonista, é elaborada com o fino requinte da ironia e a onipresença do lirismo por Anthony Fabian, atento a cada detalhe, um artesão na plenitude de seu ofício.

O faroeste que deixaria Sergio Leone e Cormac McCarthy orgulhosos está na Netflix Divulgação / Netflix

O faroeste que deixaria Sergio Leone e Cormac McCarthy orgulhosos está na Netflix

Sergio Leone (1929-1989) ficaria orgulhoso de “Thar”. A história sobre tráfico de drogas, mortes brutais e uma vingança urdida em fogo baixo contada por Raj Singh Chaudhary remete, em alguma medida, a “Três Homens em Conflito” (1966), quiçá o faroeste mais cheio de camadas, sutis e arrebatadoras, já levado à tela, façanha do realizador mais criterioso que esse gênero tão peculiar já conheceu.