Influenciado por Bergman e baseado na teoria do salto de fé de Kierkegaard, novo filme da Netflix vale cada milésimo de segundo do seu tempo
A picardia cínica de Machado de Assis (1839-1908), contudo, aplica-se em algum grau a Stella e Gustav, os protagonistas de “O Que Tiver Que Ser”, a comovente dramédia da sueca Josephine Bornebusch, que emula o Bruxo do Cosme Velho ao querer definir o amor e dissociá-lo de sua prova factual mais evidente — ao menos do ponto de vista sociojurídico. Para Bornebusch, uma humilde discípula de Bergman, o amor foi mesmo feito por Deus, mas o casamento é uma invenção do diabo, que tomou a cabeça do homem e o fez confundir este com o primeiro. Até que a providencial morte separe quem Ele uniu.