“Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust (1871-1922), talvez seja a principal catedral literária da França. O escritor criou uma civilização, quiçá uma história paralela — ao estilo de Balzac —, que tem merecido estudos detidos de críticos literários, filósofos (Gilles Deleuze, por exemplo) e outros pesquisadores. Cem anos depois de publicado, o romance-romances continua reverberando, a cada nova análise dizendo e sugerindo mais coisas. Como obra-bíblica, é inesgotável. Sobre a vida do autor, que daria um romance — as biografias, a rigor, são romances do real (e o real contém partes da irrealidade cotidiana) —, há sempre notícias novas surgindo ou sendo recontadas. Como a história de Henri Rochat, o suíço que foi seu amante e morou no Brasil.