Autor: Enio Vieira

A história do poema que salvou a vida de Ferreira Gullar Fronteiras do Pensamento / Greg Salibian

A história do poema que salvou a vida de Ferreira Gullar

Ao escolher a poesia, Ferreira Gullar teve um “encontro com o real”, que é a experiência traumática lacaniana, o indizível, o que está fora das possibilidades do pensamento. O real de Jacques Lacan não é o mesmo que a realidade, mas sim algo que escapa à representação por meio de palavras, da escrita. O real não cabe na linguagem, e a luta corporal com vômitos e tudo do autor é para tentar agarrar esse algo sempre inalcançável que estava nos episódios da fuga para o exílio e a sensação de cerco vivida na Argentina.

Uma das melhores séries de 2023 está na Netflix Anika Molnar / Netflix

Uma das melhores séries de 2023 está na Netflix

Uma das melhores atrações de streaming no ano é a série “Transatlântico”, da Netflix. Em sete capítulos, conta-se a odisseia dos jovens que em 1940 se reuniram na cidade de Marselha, no sul da França, para salvar artistas plásticos, escritores e intelectuais europeus perseguidos pelo nazismo. A intenção era levá-los para os Estados Unidos. Aparece na tela uma galeria inacreditável de personagens: Max Ernst, André Breton, Marc Chagall, Hannah Arendt, Marcel Duchamp e Peggy Guggenheim.

As memórias, o som e a fúria de Marcelo Rubens Paiva

As memórias, o som e a fúria de Marcelo Rubens Paiva

Quarenta anos atrás, Marcelo Rubens Paiva fez o caminho inesperado para um jovem entrando na idade adulta: começou a escrever suas próprias memórias. Memorialismo é coisa de quem passou por poucas e boas na vida ao longo de muitos anos. Narrativa de velhos escritores ou aventureiros que viajam pelo mundo. Mas aquele rapaz enfrentou barras pesadíssimas desde cedo e que mereceram registros nos livros “Feliz Ano Velho” (1982), “Ainda Estou Aqui” (2015) e “Meninos em Fúria” (2016) — este último escrito em parceria com o músico Clemente Nascimento.

A escrita ríspida de Graciliano Ramos

A escrita ríspida de Graciliano Ramos

Em 2023, faz 70 anos da morte do escritor alagoano de “Vidas Secas”, e é mais uma oportunidade para voltar a sua obra. Uma vida breve encerrada aos 60 anos e que virou símbolo de excelência artística, visão política e retidão intelectual para seus contemporâneos e as gerações de hoje.

Antonio Candido e a vontade brasileira de ter uma literatura e um país Renato Parada / Todavia

Antonio Candido e a vontade brasileira de ter uma literatura e um país

A editora Todavia iniciou neste ano a reedição da obra completa de Antonio Candido (1918-2017). Além de estudioso da literatura, ele foi um dos grandes intérpretes do Brasil, ao lado do trio célebre formado por Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Jr. Até o ano que vem, serão editados os 17 volumes de uma trajetória inigualável nos campos da cultura e da política. Para leitores e leitoras, é a oportunidade de reler ou de conhecer um dos maiores escritores brasileiros do século 20.