Autor: Enio Vieira

Quatro romances para pensar o Brasil moderno

Quatro romances para pensar o Brasil moderno

Escrever ficção ou poesia no Brasil sempre teve o caráter de uma “literatura de dois gumes”. O escritor se vê diante do fardo de enfrentar, ao mesmo tempo, o fato estético e o fato histórico, conforme apontou Antonio Candido. Algo diferente de outros lugares do mundo. Ninguém pensaria em ler Flaubert para explicar a França ou Goethe para entender o destino da Alemanha. Mas, por aqui e na América Latina, o artista é chamado a encarar, constantemente, a vida concreta e a “estilizar” a realidade em suas obras.

O horizonte está em Berlim

O horizonte está em Berlim

Nos últimos anos, três filmes brasileiros tocaram no tema da fuga, ou seja, a tentativa de recomeço longe do país de origem. São eles “Praia do Futuro”, “Alguma Coisa Assim” e “Ainda Temos a Imensidão da Noite” — todos disponíveis nas plataformas de streaming. Como notado por Tales Ab’Saber, o cinema da retomada a partir dos anos 1990 vem abordando “a inconsistência e a doença do espaço público e da cultura” no Brasil.

Literatura argentina: para além de Borges e Cortázar

Literatura argentina: para além de Borges e Cortázar

Na República Mundial das Letras, a Argentina tem um representante peso-pesado que inundou o mercado global a partir dos anos 1960. O nome virou uma marca, Jorge Luis Borges, dito o mais universal dos autores argentinos. Para Beatriz Sarlo, no entanto, o autor de “Ficções” e “O Aleph” só poderia ter surgido em seu país, por mais que falasse de coisas distantes no tempo e no espaço. O fato é que, ao mesmo tempo, a borgesmania dá orgulho e ofusca o restante da produção literária de uma cultura riquíssima.

O bluesman do fim dos tempos

O bluesman do fim dos tempos

O filme “20.000 Dias na Terra”, de Iain Forsyth e Jane Pollard, é um dos mais criativos e interessantes a tratar do universo do rock. O documentário pode ser visto na plataforma do festival In-Edit Brasil. A câmera acompanha o momento que antecede o aniversário de 55 anos do cantor e escritor australiano Nick Cave, em 2012. Ele encarna o último bluesman, vestido de preto como fazia Johnny Cash. As tragédias também fazem parte de sua vida.

O som e a fúria de Kurt Cobain

O mundo do rock teve seu último terremoto em 1991. Trinta anos atrás, três rapazes da friorenta cidade de Seattle, nos EUA, lançaram o disco “Nevermind”, o segundo trabalho do grupo Nirvana. De imediato, a MTV e as rádios foram invadidas por um som de guitarras distorcidas (punk, metal) e uma voz que alternava o canto de melodias e gritos intensos.