Autor: Enio Vieira

Em “A Extinção das Abelhas”, Natália Borges Polesso pensa a vida após o colapso

Em “A Extinção das Abelhas”, Natália Borges Polesso pensa a vida após o colapso

Um dos destaques dos últimos anos é a ficção que trata das catástrofes, colapsos, apocalipses e distopias. Com a pandemia de Covid-19, caiu de vez a ficha: o ser humano pode desaparecer antes do fim do planeta Terra. Essa é uma percepção muito presente em romances brasileiros lançados no ano de 2021 e, também, em filmes. A discussão antes acadêmica e especulativa virou objeto concreto de produtos culturais.

Chile dos livros e das ruas

Chile dos livros e das ruas

Uma série de traduções trouxe em 2021 novidades da literatura chilena para o Brasil. Diamela Eltit, Nona Fernández e Alejandro Zambra tiveram obras lançadas no mercado brasileiro. Esse movimento oferece mais trabalhos de escritores e escritoras fundamentais da atualidade e coincide com a energia política que sacudiu as ruas do Chile nos últimos anos. Os chilenos preparam atualmente o processo para elaborar uma nova Constituição do país, o que pode mudar os rumos do continente.

Paolo Sorrentino e a busca dos afetos perdidos Gianni Fiorito / Netflix

Paolo Sorrentino e a busca dos afetos perdidos

Saiu finalmente em 2021 o tão aguardado filme “A Mão de Deus”, do diretor italiano Paolo Sorrentino, já no catálogo da Netflix. É mais uma obra com as obsessões do cineasta em torno da memória, afetos, banalidade da vida moderna e, evidentemente, a paixão pelo futebol. Assim como em “Juventude” (2015), a figura do jogador Maradona aparece no centro da tela, assume uma aura sagrada e é um dos eixos das variadas tramas criadas por Sorrentino — um dos últimos realizadores com pretensões autorais de artista.

Ana Martins Marques busca a palavra simples e complexa Foto: Mauro Figa / Companhia das Letras

Ana Martins Marques busca a palavra simples e complexa

A poesia é possivelmente a menos popular das formas de escrita e leitura na atualidade. Em sentido contrário, a prosa de ficção inunda as livrarias e os estudos literários. Por isso, é perceptível o isolamento de grandes poetas em relação ao público. Eles e elas escrevem para nichos específicos, ainda que haja no país milhares de autores de fim de semana com suas autopublicações de poemas. Nesse contexto, tem sido surpreendente a repercussão do livro “Risque Esta Página” (2021), de Ana Martins Marques.