Autor: Enio Vieira

Notas sobre o caso Will Smith, a palavra podre e os cyber-gladiadores

Notas sobre o caso Will Smith, a palavra podre e os cyber-gladiadores

Nas cerimônias da premiação do Oscar, até as piadas são ensaiadas. O apresentador faz elogios à indústria de cinema e brinca com colegas de profissão. Uma apoteose do nada, ao estilo das comédias de stand-up. Mas podem surgir surpresas. Neste ano, o comediante e mestre de cerimônias Chris Rock decidiu fazer ou interpretar um texto que zombava da esposa do ator Will Smith (Jada Pinkett), portadora de uma condição física que leva à perda de cabelos. A reação de Will é conhecida e inundou a internet.

“Rainha Lira” retoma o Lear de Shakespeare para encenar o trágico e o farsesco do Brasil Foto: Bel Pedrosa / Divulgação

“Rainha Lira” retoma o Lear de Shakespeare para encenar o trágico e o farsesco do Brasil

É conhecido que Roberto Schwarz tem o status de renomado intérprete de Machado de Assis. Talvez seja o maior deles. O que pouca gente conhece é o lado dramaturgo e poeta do crítico literário. Nascido na Áustria em 1938, ele é um dos mestres do pensamento social no Brasil, com uma escrita que apenas os grandes autores conseguem alcançar. A peça teatral “Rainha Lira” (2022) acaba de sair em formato de livro e é um dos principais acontecimentos culturais dos últimos tempos.

Em ‘A Morte e o Meteoro’, Joca Reiners Terron retrata a extinção da vida

Em ‘A Morte e o Meteoro’, Joca Reiners Terron retrata a extinção da vida

Uma das grandes características da literatura brasileira contemporânea é o ponto de vista da catástrofe. Ficou definitivamente no passado a “consciência amena do atraso”, adotada pelos modernistas da Semana de 1922 e pelos autores do romance nordestino de 1930. O ideal positivo de superar o atraso deu lugar ao pessimismo em relação ao progresso. Na atualidade, prevalece o sentimento do desastre, seja social, político ou ambiental, que tem no escritor Joca Reiners Terron um dos seus autores mais significativos.