Autor: Enio Vieira

40 anos de som e fúria dos Titãs

40 anos de som e fúria dos Titãs

É sempre estranho ver o rock e seus artistas envelhecendo. O estranhamento sempre faz lembrar a frase clássica da música “My Generation” (1965), dos ingleses do The Who: espero morrer antes de ficar velho. Neste ano, o grupo brasileiro Titãs completa 40 anos de trajetória, com direito a um longo documentário da série “Bios”, da plataforma de streaming Star+. Da formação original de oito integrantes, restam apenas três deles que estão lançando agora o álbum “Olho Furta-Cor”.

A última sessão de Milton Nascimento Marcos Hermes / Divulgação

A última sessão de Milton Nascimento

Calhou de coincidir em 2022 os 80 anos de idade de quatro mestres da música popular brasileira: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Paulinho da Viola e Milton Nascimento. Eles fazem parte da geração que reuniu a plenitude artística e o reconhecimento de público — algo pouco alcançado nas artes brasileiras. Suas obras são ponto de convergência do que mais sofisticado se fez na tradição cosmopolita com os traços locais da cultura popular. A lógica da razão que serve para filtrar o transe da vida cotidiana.

Os herdeiros selvagens de Ibsen

Os herdeiros selvagens de Ibsen

Nas voltas que o mundo dá, saíram recentemente no Brasil dois romances que beberam na fonte do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828-1906), um dos melhores escritores do mundo no século 19. O autor desenvolveu sua carreira às margens dos grandes centros europeus e fez a transição do clássico realismo para o modernismo, em peças como “O Pato Selvagem” (1884) — um drama até hoje inclassificável.

Eduardo e Mônica: a vida entre parangolés, coros e rock inglês Gávea Filmes / Barry Company

Eduardo e Mônica: a vida entre parangolés, coros e rock inglês

O filme pode ser visto como uma comédia romântica, mas a versão da música “Eduardo e Mônica” para o cinema é mais do que um entretenimento. Dá muito o que pensar, a partir do que se acrescentou à história original de Renato Russo. O diretor René Sampaio recriou a narrativa da canção da Legião Urbana. É uma outra trama que surge na tela, para além das idas e vindas do casal de personagens.

Guimarães Rosa e o “espírito bandeirante” Foto / Luis War

Guimarães Rosa e o “espírito bandeirante”

As grandes ficções permitem as mais variadas leituras. Quanto melhor o romance, maior o número de formas de interpretação dele. O livro “Grande Sertão: Veredas” (1956), de Guimarães Rosa, é uma dessas obras que se enriquecem pela multiplicidade de pontos de vista, indo das questões estéticas às históricas, passando por esoterismo e tradições populares. Nos últimos anos, cresceram as abordagens sobre o que a escrita rosiana diz a respeito das coisas do mundo e da “matéria brasileira”.