Autor: Enio Vieira

As histórias de Patti Smith e Sam Shepard

As histórias de Patti Smith e Sam Shepard

Foi um encontro almas, daqueles que duram pela vida inteira. Por volta de 1970 ou 1971, a jovem Patti Lee (anos depois Smith) assistiu ao show de uma bandinha chamada Holy Modal Rounders, em Nova York. Ficou fascinada pela beleza do baterista. Ao ver o rapaz cantando, ela pensou: “Aí está um cara que encarna de corpo e alma o rock and roll”. Foi apresentada ao final da apresentação para Slim Shadow, o sujeito da bateria.

Os traumas portugueses, segundo António Lobo Antunes   

Os traumas portugueses, segundo António Lobo Antunes   

Um dos grandes eventos no século passado foi, sem dúvida, a Revolução dos Cravos em Portugal. Em 25 de abril de 1974, enterrou-se um dos regimes políticos, o salazarismo, mais medíocres do mundo. Foram 41 anos de uma de ditadura clássica que fechou um país pequeno em si mesmo e sufocou toda uma geração no campo cultural. A volta da democracia representou um renascimento dos portugueses e o início de uma produção literária que revelou os nomes de José Saramago e de António Lobo Antunes.

Thomas Mann mostrou como se deve tratar um fascista

Thomas Mann mostrou como se deve tratar um fascista

Relançado em 2023, o livro “Mário e o Mágico” (1930), de Thomas Mann, faz parte da galeria de obras que enxergaram o que ninguém viu em certo momento histórico. No caso, o escritor alemão percebeu os movimentos iniciais dos fascistas, em suas viagens constantes à península do Mar Mediterrâneo.

Carolina Maria de Jesus, intérprete do Brasil

Carolina Maria de Jesus, intérprete do Brasil

Em 1960, surgiu uma escritora inesperada na literatura brasileira, por conta de sua origem social. Ninguém imaginava a existência de uma autora moradora da favela do Canindé, na cidade de São Paulo. Do meio do nada, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) entrou para o meio literário e trouxe um olhar inédito sobre as coisas do país que, na época, vivia os anos dourados da bossa nova, da inauguração de Brasília e do slogan dos cinquenta anos em cinco de Juscelino Kubitschek.

‘Bardo’ enfrenta a bestialidade da cultura e os fantasmas da América Latina Rodrigo Jardon / Netflix

‘Bardo’ enfrenta a bestialidade da cultura e os fantasmas da América Latina

Numa das melhores cenas de “Bardo — Falsa Crônica de Algumas Verdades” (2022), o diretor mexicano Alejandro González Iñárritu encena a entrevista de um presidiário com o documentarista Silvério Gama, o protagonista da trama. Um homem do povo fala “verdades” ao intelectual, no que seria um filme dentro do filme. Mais interessante de tudo: o diálogo do filme é a reprodução de uma crônica do diretor brasileiro Arnaldo Jabor, morto este ano, que inventou em 2006 uma entrevista fictícia com líder do PCC, Marcos Camacho, o Marcola.