Autor: Edival Lourenço

A responsabilidade de quem escreve

A responsabilidade de quem escreve

De início, recorro à antológica distinção estabelecida pelo sociólogo e crítico literário francês Roland Barthes. Para Barthes existem duas classes de profissionais que trabalham com a palavra escrita: o escritor e o escrevente. O escritor é aquele que trabalha a sua palavra e absorve-se funcionalmente nesse trabalho. Ele tem finalidade estética, postula o belo, o alargamento da realidade por meio do encantamento, da arte literária.

O suicídio em suspenso

O suicídio em suspenso

Os pais entreolharam-se, sem apoiá-lo nem repreendê-lo. Qualquer ação poderia, com o tempo, reverter-se em munição para que ele insistisse no disparate. Abafaram seu sonho com indiferença, ao mesmo tempo em que tentavam influenciá-lo a gostar das coisas do sítio, como os irmãos: doma gentil no rodonel, clube do laço, prova do tambor, cavalgadas de domingo, além da lida cotidiana.

Meu grito fake de Arquimedes

Meu grito fake de Arquimedes

Hoje sei que a ideia não é original. Aliás, quem pensa ter uma ideia original, possivelmente, esteja mal-informado. Quase tudo já foi pensado, quase tudo já foi dito. Embora nem quase tudo fosse ouvido e muito pouco captado. Eu estava mal- informado quando, na minha adolescência, imaginei ser original a ideia do mundo semelhante a um imenso relógio. Em meu íntimo, Arquimedes gritou: eureca!

50 coisas para fazer em 2021

50 coisas para fazer em 2021

O ano de 2020 foi, sem sombra de dúvidas, o pior de nossas vidas. Uma conjunção de governos perversos (no sentido freudiano), em vários pontos do mundo, com uma praga sanitária global, só comparável ao vírus da influenza, de 100 anos atrás. Perdemos amigos e entes queridos, numa proporção acima de nossa capacidade de absorver a dor.