Autor: Eberth Vêncio

Chora, baby! Você está sendo filmado!

Chora, baby! Você está sendo filmado!

Os espetáculos de vexame animam o circo das mídias sociais. E há de um tudo nessa seara insana. Uma gata que não tem nada a dizer pagando sexo oral pro namorado — hoje, seu ex-namorado. Um padre flagrado com dízimo na batina. Um lunático dando um tiro no céu da boca. Um aleijado pulando a cerca com sua cadeira de rodas. Crianças em idade escolar fazendo sexo com marmanjos escolados em pedofilia. O Papa xingando puta-que-o-pariu numa tensa homilia reservada aos bispos do planeta.

As 10 melhores ‘pegadas’ do cinema em todos os tempos

As 10 melhores ‘pegadas’ do cinema em todos os tempos

Bandalheiras à parte, o departamento de zoofilia do Ministério da Saúde me enviou aquela piada da formiguinha e do elefante, juntamente com uma mensagem dentro de uma garrafa de tubaína — a coisa veio flutuando num lamaçal de denúncias federais — requisitando uma lista contagiosa com as 10 melhores “pegadas” do cinema em todos os tempos. Por motivos religiosos, econômicos e sanitários — nunca antes na história desse país se viu tanto ateísmo, empréstimos consignados e sífilis — deveriam ser evitadas as cenas de bola-gato e de sexo com animais políticos.

Não sou essa Coca-Cola toda que vocês estão pensando

Eu pareço um bom moço. O meu português não é ruim. Essa vocação antiga para ser o ombro amigo de alguém ainda vai me quebrar o pescoço. Nunca tive um centímetro da pele tatuado num cais de porto. Portanto, sou uma criatura mais sem graça que o por do sol visto atrás das grades. São coisas que não somam. Quando escrevo, eu me esparramo aos cacos. Eu não sou tão bom assim quanto vocês imaginam, nem mesmo quando estou dormindo em pé nos cascos.

Que se dane. Vou ser feliz na chuva

Ninguém gosta de sofrer, por suposto. Estava tão afetado nos últimos tempos, que se sentia um náufrago com hidrofobia e se dispunha a acreditar em qualquer coisa que lhe apresentassem como a redenção. E por falar em Redenção, uma índia emigrante do Pará que fazia faxinas na casa da vizinha ao lado foi logo oferecendo a ele — o desacorçoado — uma garrafada de ervas que consistia numa mistura exótica de extrato de ayahuasca-diet, caldo de chavasca e pinga de passarinho, tudo isso envasado numa garrafa de Velho Barreiro.