Autor: Eberth Vêncio

Eu voto Sim! Minha decisão é amar

Eu voto Sim! Minha decisão é amar

Pelo impeachment da distância que separa os amantes, eu voto Sim! Não vai ter golpe, mas, vai ter queda: pelos que vão cair de cama por causa de um amor doentio, eu voto Sim! Pelo efeito manada das paixões galopantes, eu voto Sim! Para que a bancada ruralista plante flores ao invés de capim, eu voto Sim! Pelos que querem derrubar governos com poesia, eu voto Sim! Pela desgovernada ditadura dos beijos, pelas prisões arbitrárias em abraços, pelo arresto total dos bem-quereres, eu voto Sim!

Lave a boca antes de dizer eu te amo

Lave a boca antes de dizer eu te amo

Eu te amo. Nunca se falou tanto isso na história da humanidade. Tá mais dito, repetido e puído do que Eu acredito em Deus, Eu não acredito que a sua menstruação atrasou e Eu duvido que a Receita Federal me pegue. Pode parecer heresia. Não é. Pode parecer machismo. Não é. Pode parecer sonegação. E é. A coisa anda séria. Tem muita gente agora querendo derrubar o Governo e eu não estou aqui pra fazer graça a ninguém.

Pessoas que riem de tudo são mais livres

Pessoas que riem de tudo são mais livres

Nem tudo parece desejo e desespero. Eu respondi que não estava interessado em me divertir um pouquinho em troca de cinquenta pilas. Estava um calor infernal naquela tarde, portanto, fiz uma contraproposta. Ofereci a ela um picolé de groselha. Ao contrário do que vocês possam imaginar — e até desejar — , ela não mandou que eu o enfiasse no rabo. Sorriu sem economia, aceitou o mimo e as negociações de alcova morreram ainda no nascedouro.

Você é livre?

Um dia ainda vou morar numa casa à prova de medos. Será um casebre de pavimento único edificado com madeira pedra e tempo de sobra. As horas sofrerão de ansiedade enquanto eu rio e deságuo. E por falar em doce vingança serei despertado logo de manhã pelos pingos de uma rápida chuva de verão que vai tilintar dentro de um prato-esmaltado-que-se-come-frio esquecido propositadamente do lado de fora.

Eu não sei viver de outro jeito, a não ser desse jeito

Eu não sei viver de outro jeito, a não ser desse jeito

Voilá, mundo cruel! Eu te amo. Eu te odeio. Essa bipolaridade é de matar, mas acontece que eu não sei viver de outro jeito, a não ser desse jeito. Não te sintas tão seguro assim. Não pretendo saltar de uma ponte. Aliás, desde que me tornei adulto, as pontes é que andam a saltar de mim. Tá uma febre. Os dilemas são tão intoleráveis que nem vergalhões e concreto sustentam.