Autor: Eberth Vêncio

Para você, que preenche o mundo com um pouco mais de amor

Para você, que preenche o mundo com um pouco mais de amor

Você, que dá bom dia a cavalo. Que não escoiceia. Que cumprimenta os estranhos, não maltrata animais. Mais do que isso, contrariando todas as recomendações em contrário, você se arrisca e conversa com eles. Você, que adota um cachorro. Que cria os filhos dos outros. Que atravessa a rua para abraçar um amigo que há tempos não vê. Que enxerga além das aparências.

Mantenha distância de pessoas que te deixam triste

Mantenha distância de pessoas que te deixam triste

Ando antissocial, eu reconheço. Não curto hipocrisia. Eu sou aquele desagradável que se sente solitário no meio da multidão, um homem com vontade de olhar pro futuro e virar estátua de sal. Contradições. Não me convide para passeios ao sol, passeatas contra o governo, procissões em prol da igreja, convenções da empresa e arrastões sobre os turistas. Minha praia é outra.

Os 10 melhores poemas de amor

Os 10 melhores poemas de amor

Pode ser que ele a surpreenda com um colar de estrelas cadentes caídas direto do céu da sua boca. Pode ser que ela fique louca com um anel de dias antes, um artefato simples e ordinário, feito de plástico, que ele descobriu por acaso, futricando dentro, garimpando no fundo de um saco de balas, feito um menino. O afeto disfarça-se nos detalhes, de acordo com o universo feminino. Pode ser que beijos doces redimam um homem amargo que desaprendeu com o tempo a dizer Eu te amo. São coisas que acontecem. A vida é dura. O amor amolece.

A incrível história de como fui parar na icônica capa do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles

A incrível história de como fui parar na icônica capa do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles

Apesar de forte tendência suicida, não gosto do ideal desses homens-bombas. Aliás, sou ateu, velho, não sonho com mulheres virgens faz tempo e estou me lixando em entrar no paraíso. Tornei-me um cadeirante, um homem fisicamente inválido e, mais do que tudo, espero pela morte e odeio as cuidadoras contratadas pelos meus herdeiros para limparem o meu rabo, socarem comida moída na minha boca e empurrarem a maldita cadeira-de-rodas até um parque ensolarado. Maldito sol! Pombos, seus miseráveis, vão cagar no inferno!

Eu devoro a solidão sem sujar as minhas mãos

Eu devoro a solidão sem sujar as minhas mãos

Pode parecer um paradoxo, um conflito interior da maior magnitude, mas, eu não confio em gente que guarda rancor nos cofres da memória. Não minta pra mim, que meu peito não é de aço. Ele não possui chave nem segredo. Também sofro de injustiças, iniquidade e medo. Será que um dia eu cresço? Na minha idade, já devia demonstrar mais equilíbrio. Eu sou aquele carinha desequilibrado, com os dedos a rasgar a própria boca; um homem ignorante, de talento mediano, que escreve para estancar a sede de justiça que lhe seca os sorrisos.