Autor: Eberth Vêncio

Feliz é o homem que ri da própria desgraça

Feliz é o homem que ri da própria desgraça

Isso é o que se chama amor, levar a vida na flauta, encantando os ratos de si mesmo ao longo do caminho. A saudade rói. A vida dói e, dizem, parece demasiadamente curta quando se está velho, doente, na iminência da morte. Sorte de quem não sofre, de quem não pensa muito, dos que se apegam aos dogmas, às pseudociências, para se manter na superfície e não afogar nos turbilhões de pensamentos.

A pobreza de espírito mata mais do que a pobreza material

A pobreza de espírito mata mais do que a pobreza material

Quando a porcaria da TV começou a chuviscar a imagem, a vizinhança finalmente se tocou que havia alguma coisa muito errada na Travessa dos Incautos, ali na altura da Baixa da Égua. Urubus atazanavam, pousavam robustos sobre as antenas nos telhados. A fedentina passou a ser percebida também pelo olfato humano. Muita gente pensava que o fedor provinha do ribeirão de cocô que cortava o bairro.

Teu corpo será o meu altar

Teu corpo será o meu altar

Adorar-te-ei até o fim dos meus dias. É sob segredo que te venero. És jovial e bela como uma festa primaveril. És suave como uma gota de orvalho sobre a tez da pétala branca. Em boa hora, espocam os fogos na baía. O povo bebe e se diverte. Aqui, na silente alcova de uma funerária, amo-te com fervor indescritível. Meu corpo em brasa, literalmente, derrete-se sobre o teu.

Deus te ama, mas não é burro

Deus te ama, mas não é burro

Não confies em tudo o que lês. Cega as asneiras, pois, elas são várias. Amar varia; odiar, idem. Resta atento, pois, os ineptos bradam com uma confiança acima da média. Não confies em pessoas que nunca dançam. Elas podem te fazer dançar, no pior sentido. Sufoca os gemidos. Dança. Rebola. Chacoalha o quadril como se ele fosse de mola.