Autor: Eberth Vêncio

Sexo na quarentena: a vizinha do 69

Sexo na quarentena: a vizinha do 69

Passava o tempo lendo Bukowski, embriagando-me com Cuspe Sour. A inspiração para escrever tinha minguado. O ócio me amassava. Estava torrando as últimas economias de forma perdulária, contratando os préstimos de uma dona estonteante que cobrava cinco pilas por minuto para fazer sexo virtual com os clientes. Escutei barulho de chave rodando dentro da fechadura.

Sexo na quarentena

Sexo na quarentena

As crianças nunca dormem, têm uma energia irritante. “Eu chego a achar Herodes natural.” Nunca pensei que fosse ler poesia novamente, ainda mais, Vinicius de Moraes. Olho para baixo e enxergo toquinho, o meu velho e surrado camarada. Se o isolamento domiciliar obrigatório não terminar logo, é bem provável que precisarei de uma lupa e de uma pinça de sobrancelhas para urinar.

Favor, não mergulhar no esgoto

Favor, não mergulhar no esgoto

Chegou a hora dos bilionários garantirem lugar no céu. Proponho que desapeguem, que retirem os escorpiões dos bolsos e façam doações vultosas ao governo. Se não o fizerem por livre e espontânea vontade, que o fisco, com a permissão do Congresso Nacional, lhes arranque o couro taxando fortemente as fortunas.

Não temos tempo de temer a morte, mas, por ora, vamos respeitá-la

Não temos tempo de temer a morte, mas, por ora, vamos respeitá-la

Exercitem os neurônios. Tirem os sapatos. Sentem no assoalho. Pratiquem jardinagem. Falem com as plantas. Desliguem um pouco a droga do telefone celular. Vejam sob uma nova ótica. Encantem-se com os filhos brincando pela casa, se tiverem filhos, se tiverem casas. Eles estão crescendo rápido demais e, vai chegar o dia em que vão dar o fora. Normal. Nada de novo no front. A vida é assim mesmo.

Enfrentando as pragas com dignidade

Enfrentando as pragas com dignidade

Vivemos a era da comunicação instantânea, da liberdade de expressão, da apologia à estupidez e do culto às opiniões de mau gosto vociferadas com orgulho inconteste por indivíduos que se julgam a última Coca-Cola gelada do deserto. De certo, há sede de notoriedade no terreno fértil da ignorância.