Autor: Eberth Vêncio

Posso ser quem eu quiser

Posso ser quem eu quiser

Posso ser quem eu quiser. O John Malkovich. A mulher de peitos caídos que rabisca a lousa. O reacionário de nariz em pé. O filho-da-mãe do papai. O cara que não sabe que nada sabe. O refugiado congolês que cruza o oceano para se encontrar com a morte no Rio. O robô que descobre amor em Marte.

Aquele tipo de amizade que morre de causas naturais

Aquele tipo de amizade que morre de causas naturais

Diz o ditado que tudo nessa vida tem um lado bom e um lado ruim. Faz sentido. É possível. Até mesmo, no caso da morte, a depender das circunstâncias, pode ser que se vislumbre uma virtude, como dar números finais ao sofrimento exaustivo e prolongado de alguém que padece por conta de uma doença grave, incurável, terminal.

O segredo da vida é não ficar pensando tanto na morte

O segredo da vida é não ficar pensando tanto na morte

Ninguém em sã consciência iria lamentar a morte de um ser humano canalha, a não ser que trabalhasse como coveiro e ainda por cima tivesse de desperdiçar o próprio tempo para entregar o corpo de um desgraçado aos vermes. Já cansei de enterrar as melhores das boas intenções que morreram ainda no nascedouro. Berço de ouro é o cacete. Trabalhei duro para me tornar um homem frustrado.

Triste como um camelo

Triste como um camelo

Vivo uma relação momentaneamente conflituosa com os passarinhos. Nada que termine em pedras e alçapões, acreditem. Não se pode, contudo, confiar num ser humano. Eu, se fosse passarinho, também ficava, também me fartava de comida. Mas, confiava desconfiando, no limiar da gula, no ruflar das asas.