Eu, um grandessíssimo idiota
Há pouquíssimas vantagens em envelhecer. Dá para contá-las nos dedos, sem se desesperar. Não falo isso de cátedra, pois, afinal de contas, ainda não cheguei ao ápice da minha decadência físico-mental, enquanto criatura animal viva. Tenho só 56. Se não me atropela um trem, se não me esmaga um piano que se atira de um prédio, pode ser que atinja esse triste e indelével patamar evolutivo que outra coisa não é senão uma deslavada involução do corpo e da mente.