Autor: Eberth Vêncio

Anotai as metas para o ano novo nas pétalas de uma rosa

Anotai as metas para o ano novo nas pétalas de uma rosa

Reza assim o meu canteiro, ainda a ser cultivado — se tudo correr bem, será por mim beatificado: Metas para o ano que se inicia. Salvar um leão por dia. Matar a saudade com requintes de humanismo. Nadar, nadar, nadar e renascer numa praia, como um homem livre. Ler um livro de poesia por mês. Entregar amor no atacado. Comer o pão que a vovó amassou. Afundar uma nova igreja, com as bênçãos de Deus. Deificar o sol, num rompante saudosista; vê-lo nascer quadrado na janela do quarto da moça que ressona ao meu lado. Morrermos felizes para sempre, como o trema

Feliz natal, estranho

Feliz natal, estranho

Doutor Elias era um médico popular viciado em livros de romance e em emergências. Certa feita, durante um plantão no dia de Natal, caminhava pelo corredor apinhado de gente quando parou para conferir mais uma vez a respiração de um grandalhão que aguardava a sua vez para fazer radiografias. Ossos quebrados, sabem como é. Enquanto checava o moribundo embriagado que dormitava, a despeito da leva de costelas partidas, foi interceptado por uma criança que puxou o seu jaleco pela parte detrás.

Vocês podem dizer que eu sou um sonhador, mas, eu não sou besta

Vocês podem dizer que eu sou um sonhador, mas, eu não sou besta

Dia 8 de dezembro de 2022 completaram-se 42 anos desde a morte de John Lennon. Como todo mundo já sabe, foi trucidado a tiros, pelas costas, por um filho-de-uma-pu…, ou melhor, por um sujeito desmiolado chamado Mark Chapman. A emboscada aconteceu na entrada do Edifício Dakota, em Nova York, onde John, aos 40 anos de idade, residia com Yoko Ono, a esposa japonesa tão fustigada pelos fãs que a consideravam, injustamente, pivô da separação dos Beatles. Todo mundo sabe que o que separou os garotos foi a genialidade.