Autor: Eberth Vêncio

O dia em que fiz o gol que Pelé não fez

O dia em que fiz o gol que Pelé não fez

Veteranos em disputa dentro das quatro linhas. Alguém tinha conseguido o contato de um motorista de ambulância. Por segurança. Nunca se sabe. O jogo estava jogado, pegado, duro de assistir, a várzea em polvorosa, a fumaça do churrasquinho serpenteando no ar, os olhos da torcida pregados no campo. Nem tanto assim. Passou uma mulher bonita perto do alambrado e todos a fitaram enfeitiçados. Nossa defesa passava por um sufoco danado, uma verdadeira blitz dos atacantes adversários.

Sullivan & Massadas são melhores do que Lennon & McCartney

Sullivan & Massadas são melhores do que Lennon & McCartney

Conversa de botequim quase sempre rende risos, diversão e algum grau de leviandade. Cansado da dicotomia entre Deus e o Diabo, Lula e Bolsonaro, Pepsi e Coca-Cola, doido para criar polêmica durante a happy hour, Roberto Planta, o vocalista fanho, soltou a seguinte enquete entre os companheiros de banda: “Quem é melhor: Fullivan & Mafadas ou Lennon & McCartney?”

Ah, essa minha cara de puta

Ah, essa minha cara de puta

Não. Eu não venho sempre aqui. É a minha primeira vez e penso que será a última. Acredite. Está equivocado. Você nunca me viu mais gorda. Sim. Tenho certeza. Numa boa. Guarde consigo essa clara impressão de que me conhece de algum lugar. Longe é um lugar que não existe. Não. Essa frase não é minha. É o título de um livro do Richard Bach. Não me leve a mal. Desculpe. Você não pode se sentar do meu lado. Sim. Estou esperando outra pessoa.

Eu não expulsaria os babacas das faculdades de medicina

Eu não expulsaria os babacas das faculdades de medicina

Não tenho saco para assistir aos vídeos que me enviam pelas redes sociais. Portanto, confesso que não vi as esdrúxulas imagens dos acadêmicos de medicina praticando “estripulias de cunho sexual” que foram amplamente veiculadas pelos canais da internet e pelos noticiários da TV. Li algumas matérias jornalísticas sobre o espetáculo burlesco proporcionado pelos universitários otários, inclusive, as notas de repúdio das faculdades e das entidades classistas dos esculápios, além das análises de especialistas em saúde mental e comportamento humano.

O dia em que gritei com Cora Coralina até perder a voz Foto / Acervo da Família

O dia em que gritei com Cora Coralina até perder a voz

Gritei no ouvido de Cora Coralina até perder a voz. Senti de perto o aroma gostoso, quase secular, da vovó misturada com alfenim. Já ouvi dizer que a poeta não era uma doçura em pessoa, vinte e quatro horas por dia. Tinha lá os seus resvalos na rabugice e no mau humor. Nada mal para uma escritora que, apesar de tamanhas adversidades, fez história na literatura brasileira numa época em que lugar de mulher era em casa, obedecendo ao marido, parindo filho, fazendo doce e batendo bassoura no terreiro.