Autor: Carlos Willian Leite

Baseado em livro de Kazuo Ishiguro, filme com Anthony Hopkins, na Netflix, é uma obra-prima Divulgação / Columbia Pictures

Baseado em livro de Kazuo Ishiguro, filme com Anthony Hopkins, na Netflix, é uma obra-prima

“Os Vestígios do Dia” talvez seja um dos exemplos mais cabais de história cujo andamento não tenha propriamente uma cadência, mas uma emulação de cadência; isto é, James Ivory, um dos homens de cinema de maior sensibilidade de todos os tempos, tem o condão de notar essa necessidade do enredo de se desenvolver em torno de um único personagem, até que a trama adquira sua própria identidade.

Bula de Livro: Dinheiro Queimado, de Ricardo Piglia

Bula de Livro: Dinheiro Queimado, de Ricardo Piglia

A partir de arquivos judiciais, depoimentos, transcrições de gravações e reportagens de época, Ricardo Piglia reconstrói a história de um dos assaltos mais brutais da história, tendo como cenários as cidades de Buenos Aires e Montevidéu. Um bando extremamente violento e impiedoso, com extensa ficha policial, associa-se a policiais e políticos corruptos para assaltarem um carro-forte: o caminhão pagador da prefeitura de San Fernando, na área metropolitana de Buenos Aires.

A última entrevista de Castro Alves

A última entrevista de Castro Alves

Antônio Frederico de Castro Alves foi um dos maiores poetas brasileiros. Nasceu em 14 de março de 1847 na fazenda Cabaceiras, próxima à vila de Curralinho, hoje cidade de Castro Alves, Bahia, e morreu 6 de julho de 1871, em Salvador, vitimado pela tuberculose, aos 24 anos. Ficou conhecido como o poeta dos escravos e da liberdade, por suas feições abolicionistas e republicanas. Sua poesia, uma transição entre o Romantismo e o Parnasianismo, foi fortemente influenciada pela literatura social do poeta francês Victor Hugo.

Bula de Livro: Derrubar Árvores, de Thomas Bernhard

Bula de Livro: Derrubar Árvores, de Thomas Bernhard

Escrito em um paragrafo único e descrito por Harold Bloom como o melhor livro do autor, o romance é uma crítica severa, mordaz e hilária contra tudo e todos, sobretudo a classe intelectual austríaca, com quem, no fundo, o autor mantém uma relação de amor e ódio. Thomas Bernhard construiu uma obra-prima atemporal, um manual das ilusões artísticas, do cinismo integral, dos convescotes sociais e da empáfia cultural, que, quase sempre, caminham ao lado da mediocridade. Um livro magnífico, obrigatório.

Bula de Livro: Asco, de Horacio Castellanos Moya

Bula de Livro: Asco, de Horacio Castellanos Moya

De volta a El Salvador, para o enterro da mãe, depois de 18 anos exilado no Canadá, um professor de artes faz um relato visceral — em forma de monólogo —, a seu único amigo: um escritor que mora no país. Ao som de Tchaikovski e duas doses de uísque, no único bar que julga decente na cidade, Edgardo Vega destila comentários, no varejo e no atacado: da alienação da classe média à hipocrisia do sentimento pátrio, da gratuidade dos crimes dos países subdesenvolvidos à corrupção generalizada na política: “Os políticos fedem em todos os lugares, mas aqui, neste país, os políticos são especialmente fedorentos. Nunca vi políticos tão ignorantes, tão selvagemente ignorantes, tão evidentemente analfabetos como os desse país”.