O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar: como Mondrian e Mallarmé, entre dados e quadrados na reinvenção da leitura
Julio Cortázar, é um marco na literatura mundial, desafiando as convenções narrativas tradicionais com sua estrutura fragmentada e múltiplas possibilidades de leitura. Ao permitir que o leitor escolha diferentes sequências de capítulos, a obra se torna uma metáfora da própria existência humana, marcada pela incerteza e pela busca incessante por sentido. O protagonista, Horacio Oliveira, reflete essa inquietação ao oscilar entre o racional e o instintivo, o caos e a ordem, em uma jornada filosófica profunda. Cortázar utiliza o romance como um jogo, em que cada salto entre capítulos reflete uma tentativa de compreender a vida moderna. Assim, o leitor não apenas acompanha a trama, mas participa ativamente na construção de seus significados.