Autor: Beto Silva

Boca de livros

Boca de livros

Em um cenário onde a literatura se tornou um bem tão raro e valioso ao ponto de ser comercializada nas sombras, uma troca clandestina está prestes a acontecer. Entre as vielas escuras e úmidas de uma cidade que perdeu o apreço pelos livros, dois indivíduos se encontram em um negócio ilícito. A tensão é palpável, cada palavra trocada carrega o peso do perigo e a urgência de um mercado negro de conhecimento. É neste contexto que o improvável se desenrola, desafiando as normas de uma sociedade que relegou a literatura ao submundo.

Encontro falado

Encontro falado

Os dois eram amigos de infância que se reencontraram depois de um longo tempo sem se verem. Gostaram do encontro e a partir desse dia, combinaram um almoço semanal. E levaram a sério o combinado, todas as quartas-feiras se encontravam no mesmo restaurante, já tinham uma mesa cativa. Sobre o que conversavam? Eles não sabiam. O problema é que os dois eram desse tipo de gente que fala sem parar e sem escutar o interlocutor.

Rua General Marquês de Visconde

Rua General Marquês de Visconde

Eu cismo com os nomes de rua no Brasil. Mania de dar nome de gente para as ruas. E pior: nem sempre é nome só de gente, as vezes é nome de político.  Nada mais típico na política brasileira do que usar o poder para homenagear amigos e correligionários, figuras que as vezes tem importância efêmera, cujo nome será rapidamente e, na maioria das vezes, justamente esquecido.  Mas a rua sobrevive carregando o seu nome para sempre, sem que ninguém mais saiba quem foi a figura.

Um Big Brother Brasil distópico

Um Big Brother Brasil distópico

Num futuro não muito distante, a humanidade finalmente consegue ferrar tudo. Aquecimento global ou guerra nuclear ou Inteligência Artificial do mal ou todos esses fatores juntos fazem com que se chegue ao fim do mundo. Mas alguns humanos sobrevivem a catástrofe. Eles estavam trancados em uma casa inviolável que os protegeu da hecatombe.

É carnaval! Oba! Oba?

É carnaval! Oba! Oba?

É carnaval! Não adianta reclamar do bloco que passou devastando a sua rua, nem do trio elétrico que quase te deixou surdo. A pessoa começa a dar uns tremeliques e uns passos estranhíssimos, achando que sabe sambar, mas isso é só uma fantasia, fruto de sua imaginação. Algumas dessas pessoas chegam até a cair no samba, que é quando elas tropeçam em suas próprias pernas e se estatelam na avenida.