Rubem Alves me ensinou de tudo. Até a chorar a perda do avô que eu nunca tive
Pois o último sujeito que escolhi para ser o meu avô foi o Rubem Alves. Leio seus escritos imaginando que cada palavra está sendo dita pelo avô que eu nunca tive. Leio como se ouvisse conselhos do meu velho avô, um homem que no meu mundo de fantasia gosta de plantas e de caqui e de ipês amarelos. Quando o via falando bonito na televisão, pensava comigo mesmo: “esse vovô tem cada uma”. Agora, com a partida dele, me sinto tocado por um sentimento que eu desconhecia: a do luto por meu avô.