Autor: Ademir Luiz

Harrison Ford traiu o movimento: novo filme de Indiana Jones é uma ofensa ao personagem, ao cinema e à humanidade

Harrison Ford traiu o movimento: novo filme de Indiana Jones é uma ofensa ao personagem, ao cinema e à humanidade

A culpa não foi de Harrison Ford. O ator se esforçou desta vez. Se o personagem que ele apresentou sem muito esforço em “Star Wars: O Despertar da Força” não é Han Solo e o indivíduo artificial que apareceu afirmando ser Ricky Deckard em “Blade Runner 2049” apenas finge ser o Caçador de Androides original, desta vez o legítimo Dr. Henry Walter Jones Júnior apareceu na tela com todo seu carisma, porém sem qualquer pompa e circunstância.

Bula de Livro: O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa (o melhor livro da Coleção Vaga-Lume)

Bula de Livro: O Feijão e o Sonho, de Orígenes Lessa (o melhor livro da Coleção Vaga-Lume)

Meu livro preferido da coleção sempre foi “O Feijão e o Sonho”, de Orígenes Lessa. Lembro-me que, no auge de meus onze ou doze anos, achei o estilo e a narrativa do livro muito diferentes do restante da coleção. Pareceu-me adulto e sofisticado. Nada de raptos mirabolantes, malas cheias de dólares, aventuras espaciais ou insetos falantes. Gostei disso. Precisou de duas décadas para que eu descobrisse que a obra é de 1938, tendo sido incorporada posteriormente na série.

Não li “Salvar o Fogo”, de Itamar Vieira Junior, mas sei que é genial

Não li “Salvar o Fogo”, de Itamar Vieira Junior, mas sei que é genial

“Salvar o Fogo” não precisa ser lido para ser festejado. Depois do retíssimo “Torto Arado”, “Salvar o Fogo” só pode ser o fogo quer arde sem se ler. Diante de um exemplar de “Salvar o Fogo” sinto-me como Moisés diante da sarça ardente, que queimava sem se consumir. Itamar é aquele que é. Simples assim, não preciso ler para saber. Apenas sei. A literatura de Itamar Vieira Junior é um ato de fé. Querer bancar o Tomé, e ler para crer, é pura vaidade intelectual.

Bula de Livro: O Perfume, de Patrick Süskind

Bula de Livro: O Perfume, de Patrick Süskind

“O Perfume” é um grande livro, embora não seja desprovido de problemas. Em alguns momentos a verossimilhança interna fica comprometida. Não me refiro a realismo, uma vez que trata-se de um livro com fortes traços de fantasia. Também é impossível ignorar que perde o ritmo no meio da narrativa, sobretudo nos capítulos em que o protagonista decide se tornar um eremita.

Cormac McCarthy está morto. Não deixe a vida passar sem ler Meridiano de Sangue

Cormac McCarthy está morto. Não deixe a vida passar sem ler Meridiano de Sangue

Cormac McCarthy está morto. A posição de maior escritor vivo acaba de ficar vaga. Essa afirmação parece exagero? Então, você precisa ler urgentemente “Meridiano de Sangue”. É uma experiência formativa. Ninguém sai de suas quase 400 páginas a mesma pessoa que entrou. Alguns podem defender que há livros mais influentes, livros mais cultuados ou de carpintaria literária mais complexa, mas certamente nenhuma obra escrita nos últimos 50 anos é mais impactante do que “Meridiano de Sangue”.