Dirigido por David Fincher e estrelado por Brad Pitt e Morgan Freeman: a obra-prima imortal do suspense na Max Divulgação / Juno Pix

Dirigido por David Fincher e estrelado por Brad Pitt e Morgan Freeman: a obra-prima imortal do suspense na Max

Os anos 1990 foram prolíficos para alguns gêneros cinematográficos, como os romances épicos, as comédias românticas e os suspenses policiais. Deste último, uma das obras de maior destaque é “Se7en: Os Sete Crimes Capitais”, filme de David Fincher estrelado por Morgan Freeman e Brad Pitt, que entregou cenas icônicas que provocaram terror e mal-estar entre os espectadores.

Lançado em 1995 e indicado ao Oscar na categoria de Edição, o longa-metragem é um roteiro original escrito por Andrew Kevin Walker, que disse não ter se inspirado em nenhuma obra literária para embasar sua história, mas na própria cidade de Nova York, vista por ele como um local de dureza e desesperança, com seus becos sombrios e sua atmosfera pessimista.

Nova York, como toda metrópole, já enfrentou grandes problemas com a violência e o crime, a máfia italiana e marginais nas ruas — faceta demonstrada em outras obras como “Taxi Driver”, “Brooklyn Sem Pai Nem Mãe”, “A Outra Face da Violência”, “Coringa” e outros filmes com um olhar mais pessimista em relação à cidade do que outros que a romantizam, como “Harry e Sally”, “Frances Ha” e “Annie Hall”.

Em “Seven”, Brad Pitt é Mills, um detetive novato e recém-alocado em Nova York, que começa a atuar ao lado do parceiro ranzinza e veterano Somerset (Freeman). Juntos, eles começam a investigar uma série de assassinatos conectados por pistas deixadas por um criminoso metódico, articulado e religioso, que parece condenar suas vítimas por causa de seus defeitos mais obscuros: gula, ganância, luxúria, soberba, preguiça, inveja e ira. Cada vítima representa, em atitudes de sua vida pessoal, um dos pecados condenáveis pela Igreja Católica.

Assim como em “Taxi Driver”, que certamente serviu de influência estética para “Seven”, a paleta de cores valoriza tons escuros, que dão a sensação de “sujeira”, “decadência” e “marginalidade”. A chuva constante tornou o cenário ainda mais opressor. As sombras da fotografia deixaram as ruas, corredores e ambientes ainda mais sombrios e assustadores. Nova York parece à beira de um colapso. As câmeras paradas reforçam a sensação de se estar sendo vigiado por alguém de fora.

Há duas sequências de cenas muito icônicas neste filme: a abertura e o desfecho. A abertura, com letras riscadas e tremidas ao som de Nine Inch Nails, é um marco estético no cinema, remetendo à subversão, rebeldia e marginalidade. Já o desfecho do filme traz uma reviravolta tão sombria e violenta que o estúdio pressionou Fincher e o roteirista a modificá-lo, de modo a deixá-lo mais leve. Brad Pitt, no entanto, ameaçou abandonar o projeto caso isso acontecesse, fortalecendo a opinião do cineasta e de Walker.

Com um dos finais mais chocantes do cinema de circuito hollywoodiano, “Seven” não é para fracos e vai exigir uma dose de estômago e inteligência para ser acompanhado. Com atuação marcante de Brad Pitt, o filme merece permanecer inesquecível entre as produções do gênero.

Filme: Seven — Os Sete Crimes Capitais
Diretor: David Fincher
Ano: 1995
Gênero: Crime/Drama/Suspense/Terror/Thriller/Violência
Avaliação: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★
Fer Kalaoun

Fer Kalaoun é editora na Revista Bula e repórter especializada em jornalismo cultural, audiovisual e político desde 2014. Estudante de História no Instituto Federal de Goiás (IFG), traz uma perspectiva crítica e contextualizada aos seus textos. Já passou por grandes veículos de comunicação de Goiás, incluindo Rádio CBN, Jornal O Popular, Jornal Opção e Rádio Sagres, onde apresentou o quadro Cinemateca Sagres.