Tem gente que espera o feriado pra viajar, outros pra dormir até virar parte do colchão, e tem aqueles que juram que “vão colocar as séries em dia” — mas acabam vendo três episódios de “Friends” pela milésima vez. Seja qual for seu caso, uma coisa é certa: o sofá está te convocando e a Netflix acaba de liberar estreias que valem o play. Então, se o plano é fugir da muvuca dos shoppings e parques e abraçar o controle remoto com o mesmo entusiasmo de quem abraça o 13º salário, a lista abaixo é pra você.
Entre um meme do “meu plano pra hoje é esse aqui” com a foto do Garfield deitado e um story dizendo “feriado e eu só queria isso” seguido de um print da Netflix, surgem boas oportunidades de ver filmes que misturam porrada, fé e sangue — tudo num só catálogo. E sim, pode parecer exagero, mas a variedade dessa videoteca vai te levar da guerra civil americana ao nascimento do cristianismo, com uma paradinha estratégica para ver o Papai Noel distribuindo socos como se estivesse num game do Mortal Kombat.
Se você é um entusiasta de filmes que provocam, incomodam ou só chutam a porta do tédio, essa seleção entrega entretenimento como a Mãe Dináh entregava previsões: sem filtro e com intensidade. Temos cineasta indie fazendo blockbuster político, diretor polêmico revivendo o Novo Testamento com cenas dignas de um filme de Tarantino, e um bom e velho terror natalino que tem tudo — menos espírito natalino. Prepare a pipoca, desligue as notificações e escolha sua dose de caos.

Num futuro não tão distante, os Estados Unidos mergulham numa guerra civil onde a imprensa tenta sobreviver tanto quanto a democracia. Seguindo um grupo de jornalistas atravessando zonas de conflito para registrar os últimos respiros do governo, o filme entrega tensão política com cara de road movie e ritmo de thriller distópico. Alex Garland mistura crítica social, ação e uma pitada de desespero coletivo, tudo embalado em imagens que parecem ter saído direto do feed de quem vive dizendo “o fim tá próximo”.

Papai Noel está cansado. Cansado de crianças mimadas, de cartas com pedidos absurdos e, principalmente, de criminosos armados fazendo reféns numa mansão na véspera do Natal. Mas desta vez, o Bom Velhinho resolveu não deixar barato. Munido de marretas, granadas e uma paciência já vencida, ele vai transformar o espírito natalino em uma mistura de “Duro de Matar” com “Esqueceram de Mim”. O resultado? Uma noite infeliz — para os vilões. Um slasher festivo que tira sarro da ceia e distribui pancada como se fosse presente.

Em sua versão mais crua e visceral, o filme retrata as últimas 12 horas da vida de Jesus com uma intensidade que divide opiniões até hoje. Mel Gibson usa a câmera como um bisturi: sangra, perfura e incomoda. Com diálogos em aramaico e latim, fotografia escura e atuações quase em transe, o longa transforma o sacrifício religioso num espetáculo brutal — e profundamente simbólico. Se você aguenta cenas fortes e quer repensar a representação tradicional do sagrado, este filme ainda é um marco desconfortável e inesquecível.