Thriller de ação explosivo para quem quer matar saudade de “Duro de Matar”, na Max Divulgação / Universal Pictures

Thriller de ação explosivo para quem quer matar saudade de “Duro de Matar”, na Max

Dwayne Johnson construiu uma carreira sólida como o herói incansável do cinema de ação contemporâneo, e “Arranha-Céu: Coragem Sem Limite” entra confortavelmente nesse repertório. O filme aposta em um pacote completo de sequências explosivas, acrobacias estonteantes e desafios aparentemente insuperáveis, amarrados a uma trama funcional que não busca subverter convenções. Em sua essência, trata-se de uma história sobre sobrevivência e resiliência em um ambiente hostil, evocando clássicos do gênero como “Duro de Matar”, mas elevando a escala do perigo com um edifício de magnitude ainda mais colossal e uma série de obstáculos que desafiam as leis da física.

O roteiro segue uma estrutura previsível, mas competente dentro do que se propõe: um protagonista determinado, um grupo de antagonistas que cumpre seu papel sem grandes surpresas e uma sucessão de desafios projetados para manter a tensão constante. A diferença mais notável em relação a outras incursões de Johnson no gênero é a tentativa de conferir uma fragilidade física ao herói. Aqui, seu personagem tem uma prótese na perna, um detalhe que, embora não altere profundamente a narrativa, adiciona um elemento de dificuldade em meio às sequências de ação. Essa escolha, apesar de interessante, não é desenvolvida de maneira suficientemente impactante para reformular a dinâmica tradicional do gênero.

A interação entre Johnson e Neve Campbell, que interpreta sua esposa, falta um vínculo mais convincente. As cenas que tentam explorar a dimensão emocional do protagonista não possuem peso suficiente para tornar o drama familiar tão envolvente quanto as sequências de perigo iminente. No que diz respeito aos vilões, o filme tropeça ao construir antagonistas genéricos, que cumprem sua função narrativa, mas não acrescentam complexidade à trama. No fim das contas, o verdadeiro oponente do protagonista não é o grupo de criminosos, mas o prédio em chamas que se torna um labirinto de ameaças progressivamente mais insanas.

“Arranha-Céu” entrega o que se espera de uma superprodução: efeitos especiais robustos, enquadramentos vertiginosos e cenas de ação conduzidas com ritmo acelerado. A direção sabe exatamente como explorar a sensação de altura para amplificar a tensão, criando momentos que provocam vertigem e fazem jus à escala grandiosa da trama. No entanto, a dependência excessiva de CGI reduz parte do impacto físico das acrobacias, tornando algumas sequências mais artificiais do que eletrizantes. Ainda assim, a eficácia com que a ação se desenrola impede que o ritmo se disperse, garantindo um entretenimento constante.

Para o público que busca um thriller de ação direto e sem grandes exigências narrativas, “Arranha-Céu: Coragem Sem Limite” cumpre seu papel com competência. Johnson reafirma sua presença magnética na tela, sustentando um protagonista que, embora não inove, se encaixa com precisão no molde de herói indestrutível que se tornou sua marca registrada. No entanto, para aqueles que esperam algo além do espetáculo visual, a falta de um roteiro mais elaborado e personagens memoráveis impede que o filme transcenda sua função de entretenimento descartável.

“Arranha-Céu” não redefine o cinema de ação, nem pretende fazê-lo. Ele se apoia no carisma de seu protagonista e na grandiosidade de suas sequências para entregar uma experiência intensa, mas efêmera. Dentro dessa proposta, o filme é eficaz: uma diversão vertiginosa, com altos e baixos proporcionais à altura do edifício que domina sua trama.

Filme: Arranha-Céu — Coragem sem Limite
Diretor: Rawson Marshall Thurber
Ano: 2018
Gênero: Ação/Aventura/Thriller
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★