O romance que acaba de chegar à Netflix e vai te fazer ficar em casa na sexta à noite Divulgação / Netflix

O romance que acaba de chegar à Netflix e vai te fazer ficar em casa na sexta à noite

Entre as incontáveis narrativas sobre autodescoberta, “A Lista da Minha Vida” é um drama romântico que busca equilibrar leveza e emoção sem se afastar dos clichês característicos do gênero. Baseado no livro de Lori Nelson Spielman e dirigido por Adam Brooks, o filme acompanha a trajetória de Alex Rose (Sofia Carson), uma jovem que, após perder a mãe, Elizabeth (Connie Britton), é confrontada com um desafio inusitado: para ter acesso à herança, precisa realizar todos os itens de uma lista de desejos que escreveu na adolescência. O que poderia ser apenas uma formalidade burocrática transforma-se em um percurso de reencontro com sonhos adormecidos e verdades que insistiam em ser ignoradas.

A estrutura narrativa do longa segue um caminho previsível, mas mantém o apelo ao explorar as transformações de sua protagonista. O roteiro mescla romance e drama, estruturando a jornada de Alex em torno de tarefas aparentemente triviais — como fazer uma tatuagem ou entrar em um mosh pit — ao lado de desafios mais profundos, que exigem enfrentamento emocional e amadurecimento, como reconciliar-se com o pai e se tornar uma grande professora. O elemento romântico, um dos pilares da história, desenvolve-se por meio de um triângulo amoroso entre o advogado Brad (Kyle Allen) e o sofisticado Garrett (Sebastian De Souza), inserindo tensão suficiente para sustentar o envolvimento do público, ainda que dentro de moldes convencionais.

O que dá solidez ao filme são as atuações. Sofia Carson traz carisma e vulnerabilidade à protagonista, tornando suas mudanças convincentes e seu percurso genuíno. Connie Britton, mesmo aparecendo em vídeos póstumos, adiciona profundidade à narrativa com sua presença afetuosa e marcante. O elenco de apoio, incluindo Dario Ladani Sanchez e Federico Rodriguez como os irmãos de Alex, constrói uma dinâmica familiar verossímil e envolvente. No entanto, o roteiro evita aprofundar os conflitos internos da protagonista, resolvendo dilemas complexos com soluções simplificadas, o que enfraquece o impacto emocional e impede que a história alcance uma densidade maior.

“A Lista da Vida” não se propõe a grandes ousadias. A cinematografia se mantém dentro dos padrões estéticos do gênero, sem arriscar composições mais expressivas. O ritmo narrativo, no entanto, apresenta momentos de arrastamento. Com mais de duas horas de duração, a história poderia ser mais concisa sem perder sua essência, já que algumas sequências prolongadas diluem a intensidade dramática. Além disso, a forma como a trama enfatiza a posição privilegiada de Alex — que pode se dedicar integralmente à sua busca pessoal sem preocupações financeiras — pode gerar certo distanciamento do espectador que não compartilha dessa realidade.

Ainda assim, o filme cumpre sua função dentro da proposta de ser uma experiência confortável e inspiradora. Seu enredo previsível é compensado por uma execução competente e momentos de ternura que dialogam com aqueles que apreciam histórias sobre recomeços e a necessidade de revisitar o passado para redefinir o futuro. Embora não traga inovações significativas ao gênero, “A Lista da Vida” consegue cativar ao entregar exatamente o que promete: uma jornada de transformação que, mesmo sem grandes surpresas, preserva sua essência envolvente e afetiva.

Filme: A Lista da Minha Vida
Diretor: Adam Brooks
Ano: 2025
Gênero: Comédia/Drama/Romance
Avaliação: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★