A nova série da Netflix que todo mundo está amando e deixaria Arthur Conan Doyle intrigado Erin Simkin / Netflix

A nova série da Netflix que todo mundo está amando e deixaria Arthur Conan Doyle intrigado

Em “Assassinato na Casa Branca”, a Netflix apresenta um thriller sofisticado que mescla mistério e comédia com habilidade incrível. Baseada no livro de Kate Andersen Brower, a série gira em torno do assassinato de A.B. Wynter, chefe de cerimonial da Casa Branca, durante um banquete de Estado. O elenco carismático e a narrativa engenhosa, que transita entre o suspense político e o clássico “whodunit” (quem matou?), transformam a produção em uma experiência irresistível para os fãs do gênero.

A peça-chave dessa trama é Cordelia Cupp, interpretada maravilhosamente por Uzo Aduba. Excêntrica e perspicaz, ela se destaca como uma detetive singular, lembrando uma fusão contemporânea entre Miss Marple e Hercule Poirot, mas com um toque inconfundível. Seu humor mordaz e intelecto afiado são o centro gravitacional da narrativa, garantindo que cada reviravolta mantenha o espectador atento. Os diálogos inteligentes e a precisão do timing cômico reforçam a assinatura de Shonda Rhimes, que domina a arte de equilibrar tensão e leveza.

Apesar desse magnetismo narrativo, a série por vezes se perde no ritmo. Os episódios iniciais estabelecem uma atmosfera envolvente, mas momentos intermediários diluem a intensidade ao explorar subtramas que, embora bem construídas, poderiam ser mais concisas. Esse desnivelamento pode afastar espectadores que buscam uma progressão mais dinâmica, mas não chega a comprometer a experiência como um todo.

O que eleva “Assassinato na Casa Branca” para além de um simples mistério é sua camada subjacente de crítica social. A série examina a dinâmica de poder na Casa Branca, onde serviço e privilégio coexistem em esferas paralelas que ocasionalmente colidem com consequências letais. A fidelidade na representação dos bastidores presidenciais dá autenticidade à narrativa, evidenciando uma pesquisa minuciosa sobre os protocolos e rituais que regem essa instituição.

A produção de arte é um deleite. A direção de arte transforma a Casa Branca em um personagem vivo, onde cada cenário é meticulosamente trabalhado para sugerir sofisticação e segredos ocultos. A fotografia, equilibrando luz e sombras, acentua o jogo de aparências que permeia a narrativa, enquanto o figurino impecável reforça o contraste entre os mundos que coexistem dentro da residência presidencial.

Se “Assassinato na Casa Branca” fosse apenas um mistério bem elaborado, já justificaria sua existência. Mas a série vai além do que se espera de um mistério ao transformar um assassinato em uma reflexão instigante sobre hierarquia, privilégio e os bastidores do poder. Entre reviravoltas afiadas e personagens memoráveis, a produção se torna uma experiência instigante e refinada. Para aqueles que apreciam mistérios sofisticados, “Assassinato na Casa Branca” não é apenas uma opção — é um convite irrecusável.

Filme: Assassinato na Casa Branca
Diretor: Paul William Davies
Ano: 2025
Gênero: Comédia/Crime/Drama/Mistério
Avaliação: 9/10 1 1
★★★★★★★★★