53 dias no TOP 10 mundial, 131 milhões de visualizações — thriller de ação com Mark Wahlberg é o quarto filme mais visto de 2024 na Netflix Divulgação / Netflix

53 dias no TOP 10 mundial, 131 milhões de visualizações — thriller de ação com Mark Wahlberg é o quarto filme mais visto de 2024 na Netflix

Optar por “A Liga” como entretenimento exige um ajuste de expectativas. O filme não pretende revolucionar a ação, mas entrega uma experiência ágil e prazerosa, fundamentada em sequências de ação cuidadosamente coreografadas e uma narrativa que valoriza o escapismo. A trama, centrada em um homem comum arrastado para uma conspiração internacional, se sustenta no carisma do elenco e na eficiência técnica da execução. Mark Wahlberg interpreta com naturalidade Mike McKenna, um protagonista despretensioso, enquanto Halle Berry, embora limitada por seu papel como Roxanne Hall, que poderia ser mais bem desenvolvido, reafirma sua habilidade para cenas de ação. No entanto, é evidente que a carga física recai majoritariamente sobre os dublês, responsáveis pelas perseguições de carro, lutas corpo a corpo e fugas espetaculares pelos telhados de cidades europeias.

O filme se apoia na competência de sua equipe técnica. A direção de fotografia captura com dinamismo as paisagens de Londres e outras localidades europeias, conferindo um toque sofisticado à produção. A escolha dos ângulos e a fluidez das cenas de ação indicam um olhar experiente por trás das câmeras, resultando em um espetáculo visual bem orquestrado. A química entre Wahlberg e Berry mantém o envolvimento do espectador, enquanto J.K. Simmons reafirma sua presença magnética em qualquer projeto. Ainda que a trama exagere nos clichês conhecidos do gênero, há uma autoconsciência no roteiro de Joe Barton e David Guggenheim, que incorpora um humor leve e diálogos bem-humorados, como nas interações de Mike com sua mãe onisciente, interpretada por Lorraine Bracco. Esses momentos de autodepreciação funcionam como um alívio bem-vindo em meio ao frenesi da ação.

Para aqueles que buscam densidade emocional ou desfechos realistas, “A Liga” pode soar superficial. No entanto, dentro de sua proposta, entrega com eficiência um entretenimento ágil, sustentado por reviravoltas previsíveis, mas bem dosadas, e uma estrutura narrativa que mantém o ritmo sem grandes tropeços. A longa perseguição de veículos na Croácia desafia a lógica, mas contribui para o espírito exagerado e divertido da produção. No fim, trata-se de um filme que cumpre sua promessa: um passatempo escapista, onde o público pode torcer pelos mocinhos e se divertir com cenas de ação bem executadas. Caso haja uma sequência, o desafio será elevar o nível do roteiro para acompanhar a qualidade técnica, garantindo que os personagens sejam mais do que meros ingredientes de um espetáculo de acrobacias.

Filme: A Liga
Diretor: Julian Farino
Ano: 2024
Gênero: Ação/Comédia/Thriller
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★