Aventura arrebatadora com Ryan Reynolds que vai fazer você esquecer todas as suas preocupações, na Netflix Divulgação / Paramount Pictures

Aventura arrebatadora com Ryan Reynolds que vai fazer você esquecer todas as suas preocupações, na Netflix

A proposta de “Amigos Imaginários” era promissora desde o início: uma narrativa familiar, independente de franquias estabelecidas, que misturasse live-action e animação de maneira inventiva. E, em grande parte, o longa de John Krasinski entrega aquilo que se propõe. Com uma paleta de cores vibrante e um universo visualmente encantador, a história cativa pelo conceito original e pelos personagens envolventes. 

No centro da trama, acompanhamos Bea, vivida por Cailey Fleming, uma menina de doze anos que tenta reencontrar seu caminho após a perda da mãe. A personagem conduz o público por um mundo onde os amigos imaginários — os chamados IFs — ganham vida, explorando a ideia do abandono e da necessidade de preservar a fantasia na infância. Krasinski injeta emoção na jornada, e há momentos genuinamente tocantes, capazes de arrancar lágrimas dos espectadores mais sensíveis. No entanto, essa emoção por vezes se dilui em um ritmo irregular. O início do filme se arrasta, demorando a engrenar, enquanto os dois primeiros terços faltam de uma progressão narrativa mais envolvente. A ausência de tensão impede que o enredo se torne verdadeiramente instigante, tornando algumas sequências monótonas.

A comédia, um dos elementos fundamentais do filme, oscila entre o acerto e o desperdício de potencial. Embora Ryan Reynolds exiba seu carisma habitual e tenha bons momentos cômicos, quase todas as suas piadas memoráveis já foram entregues nos trailers. Além disso, nem todos os amigos imaginários recebem a devida atenção, o que resulta em personagens que poderiam ter sido mais desenvolvidos. O filme se apressa em certos momentos, sacrificando a profundidade de algumas interações para privilegiar a grandiosidade visual. Isso enfraquece o impacto emocional que a história busca construir.

Apesar das imperfeições, o fim de “Amigos Imaginários” se redime ao entregar uma dose mais intensa de emoção e encanto. O último terço é, sem dúvida, o ponto alto do filme, quando a narrativa finalmente se alinha e os sentimentos afloram de forma mais orgânica. A mistura entre fantasia e realidade atinge seu auge, elevando a experiência para um nível mais envolvente. Ainda que o longa não explore todo o seu potencial, ele consegue transmitir uma sensação de calor e alegria, tornando-se uma experiência agradável, especialmente para quem valoriza histórias que resgatam a imaginação infantil. Krasinski, mais uma vez, demonstra sensibilidade para tocar o coração do público, ainda que sua execução nem sempre seja impecável.

Filme: Amigos Imaginários
Diretor: John Krasinski
Ano: 2024
Gênero: Animação/Aventura/Comédia/Drama/Fantasia
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★