Em sua estreia, “Transformers: O Início” logo virou um marco para a franquia, não apenas resgatando sua essência, mas expandindo a mitologia com inteligência e ousadia. Sob a direção de Josh Cooley, a animação não se contenta em revisitar elementos familiares, mas os subverte e aprofunda, entregando um enredo que equilibra ação eletrizante, desenvolvimento de personagens e uma construção narrativa envolvente. O filme mergulha no passado de Cybertron, acompanhando a jornada de dois Transformers cujos destinos se entrelaçam de maneira irreversível ao descobrirem segredos ocultos sobre sua origem e o futuro de seu povo. O roteiro engenhoso desafia tanto os personagens quanto o público a repensarem o que acreditavam saber sobre esse universo.
A espinha dorsal do longa está na relação entre seus protagonistas, construída com uma autenticidade que transcende os arquétipos habituais. O vínculo inicial, pautado por admiração e cumplicidade, se transforma à medida que verdades ocultas vêm à tona, resultando em um embate emocionalmente carregado. Essa evolução dramática, somada a diálogos bem construídos e à interpretação marcante do elenco de vozes — que conta com Chris Hemsworth, Brian Tyree Henry, Scarlett Johansson, Keegan-Michael Key, Steve Buscemi e Laurence Fishburne —, confere densidade à narrativa. O humor, pontuado com precisão, surge como um contraponto eficaz às tensões do enredo, garantindo uma experiência acessível sem comprometer a profundidade da história.
“Transformers: O Início” representa um salto significativo dentro da franquia. A escolha estilística da animação, inicialmente alvo de ceticismo, se justifica plenamente ao permitir expressões mais sutis e uma fluidez nos movimentos que amplificam a imersão. Cada sequência de ação é coreografada com esmero, tornando o espetáculo visual um dos grandes atrativos do filme. O terceiro ato, em especial, tem uma grandiosidade e uma carga emocional que eleva a tensão a níveis surpreendentes, reafirmando o compromisso da produção em entregar um espetáculo digno do legado Transformers.
A recepção nos cinemas reflete a força do filme, apesar de contratempos pontuais, como problemas técnicos em sessões 3D. O entusiasmo do público, no entanto, permaneceu inabalável, evidenciado pela resposta vibrante a momentos de fan service e reviravoltas impactantes. Essa conexão reforça o êxito do filme em equilibrar nostalgia e inovação, agradando tanto aos admiradores veteranos quanto a uma nova geração de espectadores.
“Transformers: O Início” é uma revitalização necessária da franquia, não apenas reafirmando sua relevância, mas apontando para um futuro promissor. Seu enredo envolvente, personagens bem desenvolvidos e excelência técnica consolidam o longa como um dos melhores da saga e um destaque do ano. Se a qualidade aqui demonstrada for mantida, o caminho para novas e empolgantes sequências está mais do que pavimentado.
★★★★★★★★★★