O suspense de ação mais eletrizante de 2025 chegou ao Prime Video — estrelado por Tye Sheridan e Jude Law Divulgação / Amazon Prime Video

O suspense de ação mais eletrizante de 2025 chegou ao Prime Video — estrelado por Tye Sheridan e Jude Law

Talvez não estejamos tão distantes do momento em que organismos especializados assumam completamente a responsabilidade por nosso bem-estar, decidindo por nós o que é apropriado em determinadas circunstâncias. Sempre que pensamentos inadequados espreitarem, um guardião silencioso poderia intervir antes que sequer percebêssemos a ameaça. Nos Estados Unidos, o combate a inimigos, reais ou imaginários, tem sido uma constante histórica, e leva certo tempo para que “A Ordem” seja compreendida como uma narrativa plausível. A conexão com os eventos absurdos do histórico criminal americano, no entanto, confere credibilidade à trama.

O filme de Justin Kurzel se ancora na crença profunda da liberdade individual, utilizando um caso real para refletir sobre políticas de combate ao terrorismo aplicadas por diferentes governos, todos, até então, despreparados para uma ameaça difusa e devastadora. Durante os anos 1980, grupos supremacistas brancos proliferaram nos Estados Unidos, e entre eles, a Ordem se destacou como o mais radical. Baseado no livro-reportagem “The Silent Brotherhood: Inside America’s Racist Underground”, de Kevin Flynn e Gary Gerhardt, publicado em 1989, o roteiro de Zach Baylin mergulha nos eventos obscuros daquela época, tendo como ponto de partida um homicídio brutal.

Em 1983, o radialista judeu Alan Berg provoca indignação ao desafiar ouvintes antissemitas em seu programa, incendiando o debate no Colorado. Na cena de abertura, dois homens ouvem a transmissão e manifestam desejo de vê-lo morto. Kurzel conduz a narrativa com tensão crescente, utilizando a fotografia de Adam Arkapaw para criar um ambiente opressor, onde tons de preto e azul profundo reforçam a morbidez da atmosfera. Em paralelo, o agente do FBI Terry Husk, que foge aos padrões convencionais, é enviado a Coeur D’Alene, no noroeste dos Estados Unidos, para investigar um desaparecimento. A partir disso, descobre-se a ligação entre esse caso e uma série de assaltos a banco, todos marcados pelo uso de explosivos. Não por coincidência, a Ordem opera na região, e Husk, com a ajuda do parceiro Jamie Bowen, busca desmantelá-la.

No lado oposto da trama, Robert Jay Mathews, longe de ser um idealista, age menos por ideologia e mais por interesse próprio, tornando-se um elemento volátil e perigosíssimo dentro do grupo extremista. O filme se equilibra entre as trajetórias de três figuras centrais: o anti-herói interpretado por Jude Law, o agente vivido por Tye Sheridan e o instável Mathews, papel que Nicholas Hoult assume com precisão cirúrgica. O ator, que vem se destacando na composição de personagens moralmente dúbios, enfrenta aqui um desafio ainda maior, visto que há pouca margem para nuances em comparação com seu desempenho recente em “Jurado Nº2” (2024), dirigido por Clint Eastwood. Até o último instante, permanece a dúvida sobre quem prevalecerá, ecoando a incerteza que persiste quatro décadas após a violenta morte de Mathews e a condenação dos demais integrantes da Ordem.

Filme: A Ordem
Diretor: Justin Kurzel
Ano: 2025
Gênero: Ação/Crime/Thriller
Avaliação: 9/10 1 1
★★★★★★★★★