O Oscar, maior premiação do cinema mundial, já consagrou incontáveis talentos ao longo de sua história, mas poucos atores e atrizes conseguiram alcançar um patamar de excelência que os levou a vencer múltiplas estatuetas. Entre performances inesquecíveis e personagens marcantes, alguns nomes se destacam por acumular sucessivas vitórias, consolidando-se como lendas da sétima arte. Se ganhar um Oscar já é um feito extraordinário, conquistar dois, três ou até quatro prêmios nas categorias principais de atuação é um marco reservado a poucos.
Nesta lista, a Revista Bula reúne os maiores vencedores do Oscar entre atores e atrizes, destacando aqueles que mais vezes subiram ao palco para receber a cobiçada estatueta dourada. De Katharine Hepburn, recordista absoluta com quatro prêmios, a Daniel Day-Lewis e Frances McDormand, mestres da transformação e do realismo, a seleção abrange intérpretes que deixaram uma marca indelével no cinema. Cada um deles não apenas conquistou a Academia, mas redefiniu os padrões da atuação, inspirando gerações futuras com performances que atravessam o tempo.
Katharine Hepburn conquistou quatro Oscars de melhor atriz, um recorde absoluto na premiação. Seu primeiro prêmio veio por “Manhã de Glória” (1933), onde viveu uma jovem sonhadora determinada a triunfar no teatro. Três décadas depois, venceu novamente por “Adivinhe Quem Vem para Jantar” (1967), interpretando uma mãe que enfrenta dilemas raciais, e “O Leão no Inverno” (1968), dando vida a uma rainha poderosa. Seu último Oscar veio com “Num Lago Dourado” (1981), onde emocionou o público ao lado de Henry Fonda. Hepburn nunca compareceu às cerimônias para receber os prêmios, reforçando sua aversão à cultura de Hollywood. Seu talento e impacto na indústria cinematográfica permanecem incomparáveis.
Daniel Day-Lewis é o único ator a vencer três Oscars de melhor ator, conhecido por seu método extremo de atuação. Em “Meu Pé Esquerdo” (1989), viveu um homem com paralisia cerebral, treinando por meses para realizar movimentos mínimos com o pé, garantindo um desempenho visceral. Anos depois, em “Sangue Negro” (2007), interpretou um magnata do petróleo inescrupuloso, entregando uma performance tão intensa que redefiniu o cinema moderno. Sua terceira vitória veio com “Lincoln” (2012), onde incorporou o presidente americano com uma precisão impressionante. Day-Lewis se aposenta e retorna à atuação esporadicamente, escolhendo papéis desafiadores e mergulhando completamente em cada um. Seu compromisso inabalável com a arte o tornou uma lenda viva do cinema.
Frances McDormand venceu três Oscars de melhor atriz, sempre em papéis marcados pela autenticidade e força. Seu primeiro prêmio veio em “Fargo” (1996), onde interpretou uma policial grávida investigando um crime brutal com serenidade e sagacidade. Mais de duas décadas depois, ganhou sua segunda estatueta com “Três Anúncios para um Crime” (2017), vivendo uma mãe determinada a buscar justiça para a filha assassinada. Seu terceiro Oscar veio com “Nomadland” (2020), uma atuação minimalista e comovente sobre uma mulher que vive como nômade nos Estados Unidos. McDormand evita o glamour de Hollywood e prioriza personagens humanos e realistas, tornando-se um dos grandes nomes do cinema contemporâneo.
Jack Nicholson é um dos maiores astros do cinema, vencendo dois Oscars de melhor ator e um de melhor ator coadjuvante. Seu primeiro prêmio veio em “Um Estranho no Ninho” (1975), onde interpretou um rebelde que desafia a autoridade em um hospital psiquiátrico. Em “Laços de Ternura” (1983), venceu como coadjuvante ao dar vida a um ex-astronauta sedutor, trazendo leveza ao drama. Sua última vitória aconteceu em “Melhor é Impossível” (1997), interpretando um escritor misantropo e obsessivo-compulsivo. Dono de 12 indicações ao Oscar, Nicholson é sinônimo de magnetismo e presença cênica, transitando entre o drama e a comédia com fluidez.
Meryl Streep tem três Oscars, dois de melhor atriz e um de melhor atriz coadjuvante, sendo a atriz mais indicada da história, com 21 nomeações. Sua primeira vitória veio com “Kramer vs. Kramer” (1979), na categoria coadjuvante, onde viveu uma mãe que abandona e depois luta pela guarda do filho. Depois, em “A Escolha de Sofia” (1982), entregou uma das performances mais devastadoras da história ao interpretar uma sobrevivente do Holocausto, conquistando o prêmio de melhor atriz. Anos depois, em “A Dama de Ferro” (2011), voltou a vencer ao interpretar a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher. Seu talento e capacidade de transformação fazem dela uma das maiores intérpretes de todos os tempos.
Ingrid Bergman brilhou com três Oscars, dois de melhor atriz e um de melhor atriz coadjuvante. Seu primeiro prêmio veio por “À Meia Luz” (1944), onde viveu uma mulher manipulada pelo marido em um thriller psicológico intenso. Em “Anastácia, a Princesa Esquecida” (1956), interpretou uma mulher misteriosa que pode ou não ser a herdeira do trono russo, conquistando seu segundo Oscar. Sua terceira vitória aconteceu com “Assassinato no Expresso do Oriente” (1974), na categoria de coadjuvante, entregando uma performance breve, mas emocionante. Bergman, símbolo do cinema europeu e de Hollywood, enfrentou polêmicas e desafios pessoais, mas nunca perdeu seu brilho nas telas.
Walter Brennan é um dos poucos atores a conquistar três Oscars, todos na categoria de melhor ator coadjuvante. Sua primeira estatueta veio por “Rivais” (1936), interpretando um veterano de guerra cheio de sabedoria. Dois anos depois, repetiu o feito com “Kentucky” (1938), onde viveu um criador de cavalos amargurado. A terceira vitória veio com “O Forasteiro” (1940), em que brilhou como um xerife durão. Brennan ajudou a moldar o papel do coadjuvante no cinema clássico, trazendo autenticidade e profundidade a personagens que poderiam ser apenas figurantes. Embora hoje seja menos lembrado pelo público, seu impacto na construção do cinema moderno é inegável.