Aventura épica baseada em história de Alexandre Dumas, que está no TOP10 mundial da Max, mas no Brasil você só vê pelo Telecine

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Lançado em 1998, “O Homem da Máscara de Ferro” desperta um debate curioso: seria uma aventura digna de seu material de origem ou apenas um artifício para capitalizar sobre o auge de Leonardo DiCaprio? O que é inegável é sua capacidade de atrair o público, seja pelo peso do elenco, pela grandiosidade visual ou pela narrativa que mescla ficção histórica e intrigas palacianas. Inspirado no romance de Alexandre Dumas, o longa se aventura pelos dilemas de poder, lealdade e justiça, utilizando o carisma de seus protagonistas para equilibrar suas limitações narrativas.

A trama se desenrola na França do século 17, sob o reinado de Luís 14 (DiCaprio), um monarca cuja arrogância e indiferença condenam seu povo à fome e à guerra. Mas um segredo perigoso pode colocar em xeque seu poder absoluto: Philippe, seu irmão gêmeo, mantido prisioneiro e forçado a usar uma máscara de ferro para ocultar sua identidade. Determinados a corrigir o rumo da história, três ex-mosqueteiros unem forças para derrubar o rei e colocar Philippe no trono, em uma jornada que coloca honra e amizade à prova.

O elenco é um dos pilares que sustentam a produção. Jeremy Irons, John Malkovich e Gérard Depardieu dão vida a Aramis, Athos e Porthos, mosqueteiros cujos ideais resistem ao tempo, mesmo que carreguem marcas do passado. Gabriel Byrne, como D’Artagnan, equilibra a rigidez de um homem dividido entre a lealdade ao rei e o vínculo com seus antigos aliados. Já DiCaprio, alçado à fama mundial após “Titanic”, enfrenta o desafio de interpretar dois personagens opostos: o tirânico Luís 14 e o ingênuo Philippe. Apesar das críticas sobre sua escalação, sua atuação evidencia sutilezas que distinguem os gêmeos, principalmente pelo olhar e postura corporal.

A direção de Randall Wallace, em sua estreia, prioriza o impacto visual. Os figurinos e cenários transportam o espectador para a pompa da corte francesa, enquanto a cinematografia explora a dualidade entre opulência e decadência. As sequências de ação, especialmente os duelos de espada, adicionam dinamismo à narrativa, embora algumas escolhas estilísticas revelem um excesso de convencionalismo. A trilha sonora reforça a atmosfera grandiosa, alinhando-se à proposta do filme.

Porém, “O Homem da Máscara de Ferro” está longe de ser uma experiência cinematográfica irrepreensível. O roteiro simplifica nuances políticas e morais presentes na obra original, optando por uma abordagem mais palatável ao grande público. Isso não reduz seu valor como entretenimento, mas limita seu impacto para aqueles que buscam um olhar mais aprofundado sobre a história e suas implicações.

No fim das contas, o filme cumpre seu papel dentro de um gênero que celebra aventuras clássicas. Não revoluciona a arte cinematográfica, mas tampouco se pretende a isso. Para quem deseja uma narrativa envolvente, personagens icônicos e um toque de nostalgia das grandes produções de capa e espada, a história do rei e de seu irmão mascarado continua a ter seu charme. Algumas tramas sobrevivem não por sua originalidade, mas pelo fascínio que exercem sobre quem as assiste.

Filme: Os Três Mosqueteiros
Diretor: Randall Wallace
Ano: 1998
Gênero: Ação/Aventura/Drama
Avaliação: 8/10 1 1
★★★★★★★★★★