A melhor comédia romântica de 2025 acaba de estrear na Netflix Divulgação / Netflix

A melhor comédia romântica de 2025 acaba de estrear na Netflix

Quem permanece quando as cores desbotam e as esperanças se desfazem? Quem fica quando tudo está à beira do colapso? Quem oferece apoio quando a única opção é juntar os pedaços de dignidade e buscar consolo num ombro amigo? Ao longo dos 105 minutos de “História de Amor em Copenhague”, essas questões encontram eco em um retrato sincero das complexas relações afetivas na contemporaneidade, revelando fragilidades e resistências do amor em tempos de incertezas.

Ditte Hansen e Louise Mieritz tecem uma narrativa que explora um romance peculiar, mas cujos dilemas ressoam como ecos universais dos desafios matrimoniais. Inspirado no romance “Sult” (2022), de Tine Høeg, o roteiro navega por cenários emocionais intricados, expondo feridas emocionais abertas pelo jogo amoroso imprevisível, onde as regras são vagas e as expectativas frequentemente frustradas. Cada cena reflete o intricado emaranhado de sentimentos que marcam os relacionamentos modernos.

A protagonista, Mia Berg, uma escritora de sucesso, evita qualquer forma de compromisso. Entre encontros casuais e diálogos espontâneos com Gro, sua amiga de longa data interpretada por Sara Fanta Traore, Mia navega por uma vida de independência emocional. Gro, casada e mãe, oferece a Mia uma perspectiva oposta, uma estabilidade que contrasta com o desapego emocional da escritora. A dinâmica entre as duas personagens adiciona profundidade à trama, revelando nuances sobre escolhas de vida e amor.

Tudo muda quando Mia conhece Emil, um pai solteiro que reside no mesmo prédio de Gro. O encontro os coloca diante de uma atração inevitável, mas também de abismos emocionais que desafiam qualquer possibilidade de romance simples. Mia se vê dividida entre o carinho pelos filhos de Emil e sua própria visão de maternidade. As diretoras conduzem esses dilemas com precisão, evitando clichês e explorando a complexidade das emoções humanas.

O enredo alcança seu ápice ao abordar as angústias do casal durante o fracassado tratamento de inseminação artificial de Mia. O choque da não fecundação dos óvulos expõe feridas emocionais, aprofundando o drama sem cair em sentimentalismos. As atuações de Rosalinde Mynster e Joachim Fjelstrup são marcantes, navegando por emoções contraditórias com sutileza e autenticidade. A entrega emocional dos atores amplifica o impacto da narrativa.

“História de Amor em Copenhague” transcende o convencional ao capturar as formas inesperadas de amar e sofrer. A história explora sonhos quebrados, mas também abraça a esperança, lembrando que promessas de felicidade coexistem com lágrimas e sacrifícios. As diretoras criam um filme introspectivo e tocante, revelando que o amor, em sua essência, é uma dança constante entre desejo e dor, plenitude e vazio.

Filme: História de Amor em Copenhague
Diretor: Ditte Hansen e Louise Mieritz
Ano: 2025
Gênero: Comédia/Drama/Romance
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★