As escolhas humanas moldam destinos, definindo o que nos espera. Mas e quando o destino nos confronta com desafios incompreensíveis, forçando-nos a aceitá-los sem escolha? Nesse dilema entre livre-arbítrio e fatalismo, há realidades imutáveis, congeladas no tempo, que revelam verdades absolutas. “O Predestinado” explora essa complexa relação, evocando a sensação de que, por mais que o tempo avance, a natureza humana continua sabotando a si mesma de maneiras surpreendentemente familiares.
Enquanto percorremos a vida, enfrentamos desafios contínuos, cada um preparando-nos para o próximo, moldando nossa resiliência diante de incertezas inevitáveis. Essa jornada revela a fragilidade de nossos sonhos, arrasados por forças imprevisíveis que desafiam nossa compreensão de nós mesmos. É nesse contexto que o barman, personagem de Ethan Hawke, emerge como um agente temporal, tentando salvar a humanidade enquanto luta para salvar a si próprio. Em sua busca pelo Terrorista Sussurrador, ele se une a Jane, escritora enigmática que esconde sua identidade por trás do pseudônimo “A Mãe Solteira”.
O roteiro engenhoso dos irmãos Michael e Peter Spierig, inspirado na obra de Robert A. Heinlein, questiona a adequação social e a identidade pessoal, explorando um mundo à beira do colapso. Sarah Snook entrega uma atuação magnética, contrastando com a vulnerabilidade contida de Hawke, dando profundidade à narrativa intricada. Embora “O Predestinado” não traga inovações no gênero, sua conclusão desconcertante desafia o espectador a questionar as certezas que julga possuir, transformando a experiência cinematográfica em um enigma que persiste muito além dos 97 minutos de projeção.
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