Quando a Netflix decidiu investir em “Alerta Vermelho”, não se tratava apenas de lançar mais um filme de ação, mas de reafirmar seu papel como uma potência no entretenimento global. Com um orçamento de 200 milhões de dólares, a superprodução dividiu o posto de filme mais caro da plataforma com “Agente Oculto” e logo justificou cada centavo investido: acumulou impressionantes 230 milhões de visualizações e se tornou a obra mais assistida da história do streaming. Dirigido por Rawson Marshall Thurber, o longa alia ação eletrizante, humor afiado e um elenco de estrelas para construir uma narrativa envolvente que mistura espionagem, trapaças e perseguições internacionais.
A trama gira em torno de três lendárias relíquias: os ovos de ouro que, segundo a tradição, teriam sido um presente de Júlio César para Cleópatra. Enquanto dois desses artefatos estão documentados, o paradeiro do terceiro permanece desconhecido, despertando o interesse de criminosos e colecionadores ao redor do mundo. Para impedir que o tesouro caia nas mãos erradas, a Interpol emite um “alerta vermelho”, o mais alto nível de busca internacional, dando início a uma caçada frenética repleta de reviravoltas. O enredo segue John Hartley (Dwayne Johnson), um agente do FBI implacável que, em uma reviravolta inesperada, se vê forçado a unir forças com o astuto ladrão de arte Nolan Booth (Ryan Reynolds) para capturar sua rival mais perigosa, a enigmática e brilhante criminosa conhecida como “O Bispo” (Gal Gadot).
O filme brilha por suas sequências de ação meticulosamente coreografadas, que transformam qualquer objeto ou cenário em peças essenciais para a dinâmica das cenas. Thurber, inspirado pelos thrillers de espionagem dos anos 1940, fez questão de garantir um realismo maior ao evitar o excesso de efeitos digitais. Cerca de 97% das cenas foram filmadas sem o uso de tela verde, um diferencial que confere autenticidade e eleva o impacto visual da produção. Cada perseguição, embate ou fuga é concebido de forma estratégica, mantendo o espectador imerso na narrativa e intensificando a adrenalina a cada novo golpe ou traição.
As filmagens, realizadas em 2020, enfrentaram desafios consideráveis. Além das complicações logísticas impostas pela pandemia de Covid-19, que elevaram os custos da produção de 130 para 200 milhões de dólares, o elenco lidou com dificuldades pessoais. Dwayne Johnson precisou de um período de afastamento após o falecimento de seu pai, Rocky Johnson, em janeiro daquele ano. O impacto emocional dessa perda influenciou o ritmo das gravações, tornando o projeto ainda mais desafiador para seus protagonistas.
Apesar de sua grandiosidade e da química indiscutível entre os atores, “Alerta Vermelho” não escapou das críticas. O site “Roger Ebert” considerou a trama previsível, enquanto o “New York Times” destacou que nem mesmo o carisma do elenco conseguiu compensar algumas fragilidades do roteiro. No entanto, essas avaliações não impediram que o longa se tornasse um fenômeno absoluto entre os assinantes da Netflix. Seu sucesso estrondoso reafirmou a capacidade da plataforma de competir diretamente com os grandes estúdios de Hollywood, provando que, no universo do streaming, não há limites para a ambição e o alcance de uma produção bem executada.
Com sua fusão irresistível de ação, humor e astros de primeira grandeza, “Alerta Vermelho” não apenas quebrou recordes, mas consolidou um novo padrão para os blockbusters do streaming. E com sequências já em desenvolvimento, fica claro que essa aposta bilionária está longe de ser apenas um golpe de sorte.
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