Já são 10 dias no Top 1 da Netflix — e essa comédia romântica não dá sinais de sair Giulia Parmigiani / Netflix

Já são 10 dias no Top 1 da Netflix — e essa comédia romântica não dá sinais de sair

Entre a sedução estética da paisagem italiana e a previsibilidade do romance idealizado, “La Dolce Villa” encanta visualmente, mas tropeça na originalidade. O cenário deslumbrante, com colinas douradas e vilarejos pitorescos, é transformado em um personagem essencial pela direção de fotografia, que cria um universo visualmente magnético. Contudo, essa beleza cênica frequentemente supera a narrativa, resultando em um enredo confortável, porém raso. A história permanece segura na fórmula das comédias românticas, oferecendo ao público uma experiência agradável, ainda que previsível.

No centro da narrativa, Scott Foley, Violante Placido e Maia Reficco desempenham seus papéis de maneira competente, mas sem momentos de destaque. Foley vive Eric, um empresário viúvo que viaja à Itália para convencer sua filha Olivia (Reficco) a voltar aos Estados Unidos, enquanto Placido interpreta Francesca, a prefeita local que desperta um interesse romântico em Eric. Foley transmite carisma, mas sua atuação mecânica limita a profundidade emocional de seu personagem. Placido encanta com elegância natural, embora o roteiro não explore todo o potencial de sua personagem. Reficco injeta vitalidade à trama, equilibrando as limitações dos colegas. O trio central é sustentado pelo charme dos coadjuvantes italianos, que adicionam autenticidade à ambientação.

Narrativamente, o filme se apoia em convenções familiares, evitando riscos. O roteiro segue uma estrutura previsível, com encontros casuais e conflitos superficiais que se resolvem de maneira conveniente. O maior desafio não é a previsibilidade, mas a pressa com que a história avança, impedindo um envolvimento emocional genuíno. Apesar de ambientado em um cenário que exala leveza e encanto, o filme não oferece tempo suficiente para que o público se conecte emocionalmente com os personagens. As interações parecem apressadas, priorizando o impacto visual das paisagens em vez do desenvolvimento humano.

Ainda assim, “La Dolce Villa” encontra seu público entre aqueles que buscam romances leves e escapistas. A previsibilidade do roteiro, longe de ser um defeito, oferece conforto a quem procura uma experiência cinematográfica descomplicada. No entanto, para quem espera inovação ou profundidade, o filme soa como uma repetição simplificada de histórias já contadas com maior riqueza emocional e narrativa, como em “Sob o Sol da Toscana”.

Filme: La Dolce Villa
Diretor: Mark Waters
Ano: 2025
Gênero: Comédia/Romance
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★