Com Jamie Foxx e Channing Tatum, thriller de ação eletrizante vai fazer seu sangue virar adrenalina, na Netfli Divulgação / Columbia Pictures

Com Jamie Foxx e Channing Tatum, thriller de ação eletrizante vai fazer seu sangue virar adrenalina, na Netfli

Lançados com poucos meses de diferença em 2013, “O Ataque” e “Invasão à Casa Branca” exploram a mesma premissa: uma investida terrorista contra o centro do poder norte-americano. No entanto, enquanto “Invasão à Casa Branca” aposta em um tom mais sisudo e brutal, “O Ataque” abraça o espetáculo do exagero, destacando-se pela estética grandiosa e por um desfile incessante de sequências de ação estilizadas, marca registrada de Roland Emmerich. O filme não esconde sua vocação para o entretenimento escapista e mergulha sem reservas no frenesi das explosões coreografadas, perseguições eletrizantes e confrontos maniqueístas.

A previsibilidade do enredo não chega a comprometer a experiência, uma vez que a obra se ancora em uma dinâmica vibrante e bem orquestrada. A direção imprime um ritmo que nunca se deixa abater, conduzindo a trama com uma energia que mantém a atenção do espectador do início ao fim. O tom mais leve, porém, suaviza a carga dramática que poderia conferir maior peso à narrativa. Isso se torna evidente na construção do Presidente Sawyer, interpretado por Jamie Foxx, que alterna entre momentos de carisma e um excesso de comicidade que fragiliza sua credibilidade como chefe de Estado. O roteiro, por sua vez, reforça essa inconstância ao apresentar situações pouco verossímeis e diálogos que, em diversos momentos, resvalam no pueril.

Por outro lado, o elenco de apoio agrega solidez à produção. Channing Tatum, na pele de um herói relutante e pai em busca de redenção, se encaixa bem na proposta, entregando cenas de ação eficazes e carregando boa parte da tensão do filme. Figuras como James Woods, Richard Jenkins e Jason Clarke ajudam a enriquecer a experiência, ainda que seus personagens sigam arquétipos já familiares ao gênero. O compromisso de Emmerich com a grandiloquência visual também fica evidente nas escolhas estéticas: a destruição da Casa Branca, recriada em sua totalidade, funciona quase como uma assinatura do diretor, que já havia transformado o emblemático edifício em escombros em “Independence Day” e “O Dia Depois de Amanhã”. Aqui, porém, o desastre é conduzido com um tom quase lúdico, beirando o autocomentarismo.

Embora “O Ataque” esteja longe de se destacar pela originalidade, ele cumpre com precisão o papel de proporcionar um espetáculo ininterrupto. Em meio a reviravoltas mirabolantes e uma lógica narrativa flexível, a diversão está garantida para aqueles dispostos a embarcar na proposta sem grandes exigências de plausibilidade. O filme se assume como um parque de diversões cinematográfico, onde a adrenalina e o ritmo acelerado compensam as concessões narrativas. Em um cenário dominado por sequências intermináveis e franquias mastodônticas, há um certo frescor em um longa-metragem que se permite ser apenas isso: uma aventura ruidosa, exagerada e despretensiosamente envolvente.

Filme: O Ataque
Diretor: Roland Emmerich
Ano: 2013
Gênero: Ação/Drama
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★