Dando continuidade à saga iniciada por “Invasão à Casa Branca” e “Invasão a Londres”, “Invasão ao Serviço Secreto” traz de volta Gerard Butler no papel de Mike Banning, veterano do Serviço Secreto americano cuja vida se divide entre os desafios da profissão e questões pessoais que se tornam cada vez mais urgentes. Tentando equilibrar sua rotina com a saúde fragilizada e as novas responsabilidades da paternidade, Banning se vê diante de uma encruzilhada: aceitar a promoção para diretor do Serviço Secreto, o que implicaria se afastar do campo de ação, ou continuar em missões que testam seus limites físicos e psicológicos. No entanto, a decisão acaba sendo atropelada por um evento que muda drasticamente o rumo dos acontecimentos.
O presidente Allan Trumbull (Morgan Freeman) sofre um atentado meticulosamente arquitetado com drones de última geração. Apesar da violência do ataque, ele sobrevive graças à rápida intervenção de Banning, mas a investigação que se segue coloca o agente no centro das suspeitas. Como único membro da equipe de segurança a escapar com vida, ele passa de protetor a principal acusado, tornando-se alvo de uma implacável caçada comandada pelo próprio governo. Provas comprometedoras emergem, sugerindo que Banning teria orquestrado a tentativa de assassinato, colocando-o em uma corrida desesperada para limpar seu nome e descobrir os verdadeiros responsáveis.
A estrutura narrativa, embora competente, não se distancia muito das convenções do gênero. A perseguição ao protagonista, a revelação de conspirações internas e a necessidade de recorrer a aliados improváveis formam um roteiro que ecoa clássicos do thriller de ação. Um dos elementos mais interessantes dessa jornada é o reencontro entre Banning e seu pai, Clay Banning (Nick Nolte), um ex-militar que há anos vive isolado do mundo. A relação conturbada entre eles acrescenta uma camada emocional à trama, permitindo que o protagonista encare não apenas inimigos externos, mas também os conflitos que carregou ao longo da vida.
Sob a direção de Ric Roman Waugh, o terceiro capítulo da franquia busca humanizar seu herói, destacando suas limitações e vulnerabilidades. Em vez do agente infalível, Banning aparece como um homem pressionado pelo peso das próprias escolhas, lidando com dores físicas e incertezas sobre o futuro. A tentativa de aprofundamento do personagem confere certo frescor à franquia, mas não elimina completamente a previsibilidade do enredo, que ainda se apoia em soluções tradicionais do gênero.
Com um orçamento reduzido em relação aos filmes anteriores, “Invasão ao Serviço Secreto” foi produzido com 40 milhões de dólares, refletindo-se em cenas de ação mais contidas, mas ainda bem coreografadas. O retorno de Morgan Freeman ao papel do presidente Trumbull, segundo o próprio ator, foi motivado, em grande parte, por um cachê estimado em 10 milhões de dólares, um dado que evidencia a aposta dos produtores na presença de nomes consagrados para atrair o público.
Embora traga nuances inéditas à trajetória de Mike Banning, o filme não se distancia totalmente dos elementos que consolidaram a franquia. A tensão, os embates físicos e as reviravoltas previsíveis continuam sendo os pilares da experiência, garantindo que os fãs do personagem encontrem familiaridade na nova trama. O equilíbrio entre ação e drama pessoal adiciona alguma profundidade, mas não reinventa a fórmula. Para os espectadores que acompanham a série desde o início, “Invasão ao Serviço Secreto” entrega exatamente o que promete: um espetáculo de adrenalina, com momentos de emoção pontuais, mas sem grandes surpresas.
★★★★★★★★★★