O filme na Netflix que todo mundo precisa assistir para acalmar o espírito e entender que só o amor promove milagres Divulgação / Universal

O filme na Netflix que todo mundo precisa assistir para acalmar o espírito e entender que só o amor promove milagres

O filme dirigido por James Marsh, lançado em 2014, percorre a trajetória de Stephen Hawking, físico teórico e cosmólogo cuja genialidade moldou o entendimento moderno do universo. Sua parceria com Roger Penrose consolidou teoremas fundamentais sobre singularidade gravitacional, enquanto suas colaborações com James M. Bardeen e Brandon Carter estabeleceram princípios essenciais sobre a mecânica dos buracos negros. Contudo, ao invés de focar exclusivamente na vida acadêmica de Hawking, a narrativa também trouxe à tona outro nome que se tornaria indispensável para a sétima arte: Eddie Redmayne. A produção não apenas explorou a mente brilhante do cientista, mas também evidenciou a entrega absoluta do ator, tornando-o um dos intérpretes mais notáveis do século XXI.

Independentemente das opiniões sobre sua filmografia, é inegável que Redmayne carrega consigo uma dedicação que transcende o comum. Seu desempenho em “O Enfermeiro da Noite” reforça sua capacidade de dar profundidade e complexidade a qualquer papel, retratando de forma inquietante a dualidade da natureza humana. Com esse trabalho, seu nome mais uma vez foi cotado para concorrer ao Oscar, podendo alcançar sua terceira indicação. O reconhecimento da Academia, contudo, já veio em 2015, quando sua personificação de Stephen Hawking em “A Teoria de Tudo” rendeu-lhe a estatueta de melhor ator. O próprio cientista, ao assistir à atuação de Redmayne, confessou, em mensagem enviada ao diretor, que se viu refletido na interpretação do artista.

Para alcançar tal fidelidade, a preparação do ator exigiu um rigor quase acadêmico. Assim como Hawking, Redmayne estudou em Cambridge, mas isso foi apenas um detalhe diante da intensa imersão que realizou para entender sua condição. Perdeu seis quilos, passou tempo com pacientes portadores de doenças neurodegenerativas, aprendeu a controlar cada mínima contração muscular e treinou durante meses diante do espelho, ajustando-se meticulosamente para reproduzir a progressão dos sintomas do cientista. O nível de comprometimento foi tamanho que seu desempenho não se limitou a um estudo técnico, mas alcançou um nível de respeito e humanidade que tornou a interpretação verdadeiramente única.

A adaptação do roteiro, assinada por Anthony McCarten e baseada no livro “Viagem ao Infinito”, de Jane Hawking, levou uma década para ser concluída. A trama resgata a juventude de Stephen, seus primeiros anos na universidade e o romance com Jane, que se tornaria sua primeira esposa. O diagnóstico precoce trouxe consigo a expectativa de uma vida breve, mas a realidade mostrou-se outra: juntos, o casal teve três filhos — Robert, Lucy e Timothy — e construiu uma relação que ultrapassou as fronteiras do matrimônio. Jane não foi apenas uma esposa, mas uma figura essencial no suporte e no avanço da carreira do cientista, compartilhando uma convivência que se sustentou por três décadas.

A produção não apenas retrata a luta de Hawking contra uma doença degenerativa, mas destaca a resiliência que permitiu que ele deixasse contribuições incontornáveis para a ciência. Além disso, a história ressalta o vínculo entre ele e Jane, que permaneceu significativo mesmo após o fim do casamento. O longa, aprovado tanto por Stephen quanto por Jane, resgata com sensibilidade uma vida que transcendeu os limites da academia e entrou para a cultura popular. Com uma fotografia calorosa e um roteiro que respeita os detalhes reais da história, o filme eterniza a trajetória do físico para além dos círculos científicos. O elenco, que conta com Felicity Jones, David Thewlis e Charlie Cox, completa uma obra que, mais do que uma biografia, é uma celebração do conhecimento e da resiliência humana.

Filme: A Teoria de Tudo
Diretor: James Marsh
Ano: 2014
Gênero: Biografia/Drama
Avaliação: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★