Record absoluto: a maior bilheteria da história da carreira de Tarantino, na Netflix Divulgação / Columbia Pictures

Record absoluto: a maior bilheteria da história da carreira de Tarantino, na Netflix

Christoph Waltz, ator austríaco com uma trajetória consolidada ao longo de quatro décadas, experimentou um divisor de águas em sua carreira em 2010 com “Bastardos Inglórios”, de Quentin Tarantino. Sua interpretação do astuto coronel nazista Hans Landa não apenas o alçou ao estrelato global, mas também lhe garantiu o primeiro Oscar. A parceria com Tarantino se mostraria ainda mais frutífera, culminando em um segundo Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação como o enigmático Dr. King Schultz em “Django Livre”.

No filme, Schultz é um dentista alemão que se transforma em caçador de recompensas e liberta Django (Jamie Foxx), um escravo determinado a resgatar sua esposa, Broomhilda von Shaft (Kerry Washington). O plano envolve se infiltrar no círculo do impiedoso Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), proprietário da plantação Candyland, conhecido por seu gosto pela cultura francesa e pelas brutais lutas de mandingos. No entanto, Stephen (Samuel L. Jackson), o escravo de confiança de Candie, complica a missão, ampliando a tensão e os conflitos que permeiam a narrativa.

A colaboração entre Schultz e Django não apenas forma o cerne da trama, mas também reflete uma complexa dinâmica de poder e justiça. À medida que a tensão se intensifica, o filme se desenrola com a assinatura estilística de Tarantino: diálogos afiados, confrontos sangrentos e uma estética cinematográfica marcante. A direção de fotografia de Robert Richardson amplifica essa experiência visual, contrastando a frieza dos cenários invernais com a opressiva atmosfera quente do sul dos Estados Unidos.

Controverso desde seu lançamento, “Django Livre” gerou debates acalorados. Will Smith recusou o papel principal por divergências quanto à abordagem do roteiro, enquanto Spike Lee criticou Tarantino pela forma como retratou a escravidão. Apesar disso, a obra transcende rótulos e se impõe como uma poderosa releitura do gênero faroeste, conferindo uma espécie de justiça poética a um dos períodos mais sombrios da história americana.

O impacto do filme foi inegável: além dos dois Oscars conquistados (melhor roteiro original para Tarantino e melhor ator coadjuvante para Waltz), sua recepção crítica e popular se manteve sólida ao longo dos anos. O trabalho dos atores foi amplamente celebrado, cada um entregando performances marcantes que enriqueceram a complexidade da trama.

Disponível na Netflix, “Django Livre” segue como um marco do cinema contemporâneo. Ocupando a 57ª posição no ranking do IMDb, o longa se sustenta como uma obra provocativa e influente, misturando ação e crítica social em um enredo que continua a reverberar junto ao público.

Filme: Django Livre
Diretor: Quentin Tarantino
Ano: 2012
Gênero: Épico/Faroeste
Avaliação: 10/10 1 1
★★★★★★★★★★