O livro “Medo e Delírio em Las Vegas”, do jornalista e escritor Hunter S. Thompson, é uma das leituras obrigatórias para quem se interessa por boa literatura. No romance, o protagonista Raoul Duke, e seu advogado, dr. Gonzo, viajam para Las Vegas em busca do Sonho Americano, em uma jornada regrada a drogas.
Inicialmente publicado em duas partes na revista “Rolling Stone”, em 1971, a narrativa foi transformada em livro no ano seguinte, se tornando um sucesso ainda maior. A saga de Duke também foi adaptada para o cinema, sob direção de Terry Gilliam.
A trama é considerada um retrato do estilo de vida extravagante do escritor e marca oficialmente o nascimento Jornalismo Gonzo. Narrativa que mescla realidade e ficção e acaba com a distinção entre autor e sujeito. Essa relação estreita de Thompson com a escrita, que o transformou em uma referência mundial, também se repete com a música.
O “Beatdom Literary Journal” recuperou uma carta enviada pelo jornalista ao editor John Lombardi, da revista “Rolling Stone”, em 1970. Nela, Thompson defende que a música é muito mais do que se imagina e desabafa: “Eu tenho argumentado há anos que a música é a Nova Literatura, que Dylan é a resposta dos anos 1960 a Hemingway”.
Ainda na correspondência, Raoul Duke, o alter ego de Thompson, lista os dez melhores álbuns dos anos 1960. A lista é formada por grandes clássicos como “Let it Bleed” (1969), dos Rolling Stones, “It All Back Home” (1965), de Bob Dylan, e “Sketches of Spain” (1959 ), de Miles Davis. Álbuns cujas canções, conforme previa o autor, tangenciaram as fronteiras entre música e literatura. Clique nos títulos dos álbuns para ouvir no Spotify.
Herbie Mann — Memphis Underground (1969)
Roland Kirk — Vários albuns
Serenade to a Cuckoo (1968)
We Free Kings (1961)
Volunteered Slavery (1969)