McG consolidou-se como um mestre do entretenimento cinematográfico, acumulando sucessos que transitam entre a comédia, ação e o romance. Seu repertório inclui “As Panteras: Detonando”, “O Exterminador do Futuro: A Salvação” e “3 Dias para Matar”, além de sua influência no universo televisivo com séries como “Chuck”, “Shadowhunters — Caçadores de Sombras” e “Máquina Mortífera”. Agora, reforçando sua parceria com a Netflix, ele entrega “Trocados”, uma comédia familiar que brinca com identidades invertidas e dinâmicas familiares.
Inspirado em clássicos como “Sexta-Feira Muito Louca”, “17 Outra Vez” e “De Repente 30”, o roteiro de Victoria Strouse, Adam Sztykiel e Amy Krouse Rosenthal acompanha os Walker: os pais, Jess (Jennifer Garner) e Bill (Ed Helms), os adolescentes CC (Emma Myers) e Wyatt (Brady Noon), e o pequeno Miles (Lincoln e Theodore Sykes). Cada um enfrenta desafios pessoais e dificuldades para alinhar suas expectativas. Contudo, um raro evento astronômico muda suas vidas: de repente, todos se encontram nos corpos uns dos outros.
A situação tem a interferência de Angelica (Rita Moreno), uma misteriosa quiromante que, ao perceber a desconexão familiar, lança um feitiço através do olhar, causando uma troca de corpos inesperada: CC assume o papel da mãe, Wyatt se torna o pai e Miles acaba no corpo do cachorro da família. O caos subsequente gera situações cômicas e momentos de reflexão, especialmente ao ver cada personagem lidando com as responsabilidades e desafios do outro.
Esse inesperado intercâmbio de identidades transforma-se em uma jornada de empatia e autodescoberta. Enquanto CC e Wyatt preparam-se para sair de casa — ela buscando uma vaga na seleção nacional de futebol e ele iniciando a faculdade —, os pais enfrentam a iminência do “ninho vazio”. A experiência compartilhada revela que a força da família reside menos na perfeição e mais na capacidade de compreender e apoiar uns aos outros.
Enquanto isso, cientistas trabalham para consertar um telescópio quebrado, essencial para reverter a troca. A pista deixada por Angelica — “consertar o que está quebrado” — sugere não apenas a necessidade de reparar o dispositivo, mas também os laços familiares. A narrativa, equilibrando humor e emoção, explora de forma leve as relações humanas.
“Trocados” segue uma fórmula consagrada, mas eficaz. O roteiro bem-estruturado, os diálogos afiados e o impecável timing cômico do elenco garantem um resultado envolvente. Jennifer Garner se destaca ao assumir um papel fundamental nos bastidores, promovendo encontros entre os atores para construir uma autêntica sintonia em cena. Essa conexão genuína se reflete na tela, tornando os Walker uma família carismática e verossímil.
O charme natalino da ambientação adiciona um toque extra de aconchego e reforça o apelo emocional da trama, consolidando o filme como uma opção ideal para reunião familiar. McG mais uma vez prova sua habilidade em entregar um entretenimento leve, divertido e bem-executado, demonstrando que, mesmo com uma estrutura narrativa clássica, é possível surpreender e encantar o público.
★★★★★★★★★★