Inspirado na aclamada série de quadrinhos de Greg Rucka, “The Old Guard” rapidamente se consolidou como um dos maiores sucessos da plataforma de streaming, alcançando números expressivos de audiência logo após sua estreia. Com um orçamento de 70 milhões de dólares, a produção quebrou paradigmas ao ser dirigida por Gina Prince-Bythewood, tornando-a a primeira cineasta negra a comandar um filme desse porte nos Estados Unidos.
Além de sua atuação na direção, Prince-Bythewood teve um papel fundamental nos bastidores, intermediando conflitos entre Rucka, responsável pela adaptação do roteiro, e Charlize Theron, protagonista do longa. As tensões nos bastidores chegaram ao ponto de afastar temporariamente Rucka do projeto, um episódio que ele próprio descreveu como um dos mais desafiadores de sua carreira. No entanto, a habilidade da diretora em administrar as diferenças permitiu seu retorno, garantindo a continuidade do filme sem maiores contratempos.
A trama acompanha Andy (Charlize Theron), uma guerreira imortal com cerca de sete mil anos de existência, líder de um seleto grupo de combatentes que compartilham sua capacidade regenerativa. Ao lado de Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicky (Luca Marinelli), Andy enfrenta a incerteza de uma imortalidade que pode cessar a qualquer momento, sem qualquer aviso. O equilíbrio do grupo é desafiado quando uma nova imortal, Nile (KiKi Layne), surge no Afeganistão, forçando-os a lidar com a repentina exposição de sua existência.
A situação se agrava quando Copley (Chiwetel Ejiofor), um ex-agente da CIA, trai o grupo, resultando na captura de Joe e Nicky por Merrick (Harry Melling), um empresário do ramo farmacêutico que enxerga na imortalidade uma oportunidade de revolucionar suas pesquisas. Determinada a resgatar seus companheiros, Andy, com o auxílio de Booker e Nile, elabora um plano audacioso para confrontar Merrick e libertar os reféns. Ao longo dessa jornada, a trama revela as profundas marcas deixadas pelo tempo em cada um dos personagens, cujas vivências atravessam diferentes períodos históricos.
Andy, possivelmente descendente dos citas, sobreviveu a séculos de batalhas e transformações sociais. Joe e Nicky, antes inimigos durante as Cruzadas, forjaram um vínculo que perdura há séculos. Booker, o mais jovem entre eles, lutou na invasão napoleônica da Rússia e carrega consigo as cicatrizes emocionais de uma vida prolongada. Com a chegada de Nile, a dinâmica do grupo é abalada, e sua visão questionadora traz novas reflexões sobre o peso da imortalidade e as implicações de seus atos.
A reviravolta ocorre quando Copley, ao investigar a influência dos imortais ao longo da história, percebe que suas ações mudaram o curso da humanidade em momentos cruciais. Compreendendo a importância de protegê-los, ele se alia ao grupo, transformando-se em um aliado improvável na luta contra seus perseguidores.
Combinando ação intensa e uma abordagem reflexiva sobre o impacto do tempo, “The Old Guard” estabelece um terreno fértil para futuras explorações narrativas. O sucesso do longa levou à confirmação de uma sequência já em agosto de 2021. Em 2022, novos nomes foram anunciados no elenco, como Uma Thurman e Henry Golding, enquanto a direção da continuação ficou a cargo de Victoria Mahoney, com Charlize Theron retornando ao papel de Andy.
Além de seu ritmo eletrizante e das coreografias de luta meticulosamente executadas, “The Old Guard” se destaca pelo desenvolvimento emocional de seus personagens e pela maneira como aborda os dilemas da imortalidade. A promessa de novas aventuras no universo da franquia mantém o interesse do público, que aguarda ansiosamente por mais revelações sobre o passado e o destino desse grupo de guerreiros eternos.
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