442 dias entre os filmes mais assistidos da Netflix em todo o mundo, após faturar 4,5 bilhões nos cinemas Divulgação / Sony Pictures

442 dias entre os filmes mais assistidos da Netflix em todo o mundo, após faturar 4,5 bilhões nos cinemas

Havia um aspecto enigmático e levemente sombrio em “Jumanji” (1995), quando Kirsten Dunst e Bradley Pierce deram vida a Judy e Peter, dois irmãos órfãos que tiveram suas vidas reviradas ao descobrirem um jogo de tabuleiro mágico. Ao libertarem Alan (Robin Williams), também desencadearam criaturas imprevisíveis vindas de um mundo selvagem. A história permaneceu forte no imaginário do público, e mais de duas décadas depois, Hollywood revisitou o conceito. Assim, surgiram “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” e, na sequência, “Jumanji: Próxima Fase”. Entre essas produções, um spin-off expandiu a ideia: “Zathura: Uma Aventura Espacial”, de 2005, protagonizado por Kristen Stewart e Josh Hutcherson.

Em “Jumanji: Próxima Fase”, Spencer (Alex Wolff), agora universitário em Nova York, enfrenta dificuldades emocionais e profissionais. Distante da namorada, Martha (Morgan Turner), e insatisfeito com sua rotina, sente-se cada vez mais perdido. De volta para casa durante as férias, encontra seu avô Eddie (Danny DeVito) hospedado em seu quarto. Ao revisitar o videogame Jumanji, guardado no porão, vê nele uma oportunidade de escapar da realidade e recuperar a confiança na figura heroica de Bravestone (Dwayne Johnson). Quando Martha, Fridge (Ser’Darius Blain) e Bethany (Madison Iseman) notam seu sumiço, não hesitam em se lançar novamente ao jogo para resgatá-lo.

Dessa vez, porém, as regras mudaram. Spencer não retorna como Bravestone, mas como Ming, uma ladra asiática interpretada por Awkwafina. Martha ainda é Ruby (Karen Gillan), enquanto Fridge acaba no corpo do cartógrafo Oberan (Jack Black) e Bethany assume a forma de um cavalo chamado Cyclone. Para complicar ainda mais, Eddie e seu antigo amigo Milo (Danny Glover) são sugados para dentro do jogo, encarnando Bravestone e Mouse (Kevin Hart), respectivamente. O grupo se vê rapidamente envolvido em uma sucessão de desafios absurdos, desde a fúria de avestruzes e um hipopótamo voraz até uma horda de primatas enlouquecidos. A dinâmica entre os personagens é impulsionada por essas reviravoltas e pelo fato de que, dentro do jogo, perder três vidas pode significar um destino definitivo.

A narrativa se desenrola em um ritmo eletrizante, onde cada novo obstáculo surge antes que os protagonistas tenham tempo de recuperar o fôlego. Entre sequências de ação carregadas de efeitos visuais e situações imprevisíveis, o humor surge de forma natural, explorando as trocas de corpos e os contrastes entre personalidades. Com um elenco afiado no timing cômico, cada personagem encontra momentos de destaque ao longo da jornada. A experiência visual é marcada por um uso expressivo de CGI, garantindo um espetáculo envolvente para os apreciadores de grandes produções digitais.

Se há algo que define “Jumanji: Próxima Fase”, é o compromisso com o exagero. A lógica aqui é deixada de lado para dar lugar a um universo fantástico onde o impossível acontece a cada instante. Essa falta de realismo é justamente o que torna tudo tão divertido: personagens comuns se transformam em heróis improváveis, mergulhando em um mundo onde tudo pode acontecer. O filme se assume como um convite ao escapismo puro, transportando o espectador para um cenário onde a diversão é prioridade e a única regra é embarcar na aventura sem questionar.

Filme: Jumanji: Próxima Fase
Diretor: Jake Kasdan
Ano: 2019
Gênero: Aventura
Avaliação: 7/10 1 1
★★★★★★★★★★