Casamentos são sempre eventos melindrosos. Se algo sai do planejado, pode deixar traumas e frustrações eternos nos noivos e suas famílias. O problema é que as expectativas são altíssimas. O investimento financeiro é maior ainda. O dia é tão meticulosamente sonhado e planejado que, ouso dizer, muitas pessoas fantasiam com sua cerimônia de casamento desde a infância.
Mas é preciso reconhecer: imprevistos acontecem. Na verdade, quase nada sai exatamente como o planejado. Ter consciência disso ajuda a lidar com as surpresas com maturidade e cabeça erguida. No entanto, esse definitivamente não é o caso em “Casamentos Cruzados”, filme de Nicholas Stoller — um verdadeiro especialista em comédias caóticas e despretensiosas — que traz Reese Witherspoon e Will Ferrell no centro de uma trama confusa e atrapalhada.
Eles interpretam Margot e Jim, respectivamente, dois desconhecidos que acabam se cruzando da pior maneira possível. Ambos viajam com suas famílias para um resort na Flórida. Margot está lá para o casamento de sua irmã caçula, Neve (Meredith Hagner), enquanto Jim acompanha sua filha, Jenni (Geraldine Viswanathan), que também está prestes a se casar. O problema? O resort só pode acomodar um casamento por dia, e a recepção, por um erro administrativo, agendou os dois eventos para a mesma data. O equívoco partiu da mãe do proprietário do local, que faleceu antes de corrigir a confusão. Com isso, Margot e Jim iniciam uma disputa insana para garantir que seus respectivos casamentos aconteçam.
Para Margot e Neve, o lugar tem um significado especial: era onde passaram a infância ao lado da avó amorosa, que já faleceu. Para Jim e Jenni, o local também tem um grande valor sentimental, pois a falecida mãe de Jenni adorava o resort e sempre sonhou em ver a filha casando ali. Assim, a rivalidade entre Margot e Jim ganha contornos emocionais, já que ambos lutam para preservar a memória daqueles que mais amam.
O que se segue é uma sequência de absurdos, sabotagens e trapalhadas. Margot e Jim, determinados a vencer essa disputa, entram em uma guerra de egos e armações, sem medir consequências. Na ânsia de garantir a felicidade de suas famílias, acabam comprometendo não apenas as celebridades, mas também suas próprias relações com essas pessoas.
“Casamentos Cruzados” pode agradar aqueles que apreciam comédias pastelão, em que tudo dá errado o tempo todo e cada cena leva a momentos de constrangimento extremo. No entanto, para quem não é fã desse tipo de humor, o excesso e os exageros podem tornar a experiência cansativa. Pessoalmente, não sou adepta desse perfil de comédia, pois o exagero na atuação e na narrativa me soa forçado, tornando o filme mais enjoativo do que realmente engraçado.
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